quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

RITO ÁRABE

Um pouco de História

     É um rito originariamente egípcio, uma vez não sofreu em nenhum momento a influência do REAA ou de outros ritos tipicamente maçônicos. Os Egípcios praticantes do ÁRABE conheceram os ritos maçônicos tradicionais, principalmente o REAA, YORK e o GRAU DA MARCA (MARK) que para uns continua como um Grau e para outros é um Rito á parte. Dentre os egípcios originais, alguns aceitaram a interposição do REAA, e essa aceitação parcial deu origem ao Rito de Memphis, depois o de Misraim (Mais é egípcio ou Egito na língua Árabe e Misraim seria o plural, ainda que imperfeito). Pelo que sabemos (fontes próprias) o Rito de Memphis havia sido preparado pela Maçonaria Francesa a qual pretendia causar impacto para o Imperador Napoleão I (que na verdade não era Imperador, mas sim Cônsul) quando do seu desembarque em 2 de julho no Egito, chegando ao Cairo em 21 de julho de 1798, impressionado pela visão das Pirâmides de Gizé (Sagrada Pirâmide) e de como a carta patente originária. Dentre esses pensadores maçons, encontrava-se um homem espetacular, chamado Barão Denon Vivan, Mestre Maçom, o qual encabeçava toda a estratégia para iniciar Napoleão como maçom, e assim obterem (os maçons franceses) forças para o rompimento definitivo com a Grande Loja da Inglaterra. Esse barão já havia traçado os primeiros contatos com os Egípcios da Ordem Gnóstica do Templo (Atual Maçonaria Egípcia no Brasil do Rito ÁRABE) através de um grande gnóstico que também era maçom, do qual posso falar posteriormente, e gozava de grande respeito entre os Irmãos Egípcios, os quais, por sua vez, precisavam de uma situação mais aparente, certo que não eram bem vistos pelo Islã da época, uma que o nome da Ordem, por engano de pronúncia ou pura semântica, lembrava os Cavaleiros Templários, com os quais não tiveram nenhuma ligação, e poderiam se beneficiar com a proposta para surgirem como Maçons do Egito, principalmente pelo fato que nos anais da Ordem existia uma referência ao termo Maçom do Egito no dialeto Sahidico que era uma corruptela do Copta e era o dialeto utilizado na Ordem, enquanto a maior parte do Mundo Árabe utilizava o dialeto Demótico, isso anterior ao Copta. Os Irmãos Maçons Franceses, eram grandes conhecedores dos ritos Filates, Irmãos Africanos, Rito Hermético, Filadelfos, Rito Primitivo, incluindo, claro o REAA. Mas Napoleão não se impressionava com nada mais que era da Europa, ao final da Campanha da Itália e antes de Iniciar a Campanha do Egito, ou Missão do Egito como chamou teria dito na França em uma reunião pública: “a coisas daqui e a própria Europa me pesam nas costas”. Com esse pensamento, recusava-se a participar da Maçonaria que havia iniciado seu pai e antes o seu avô, alegando que nada naquela Ordem lhe chamava a atenção. Preparam, então, o cenário perfeito, após a batalha para dominar o Cairo, propuseram que Imperador fosse iniciado e elevado a Mestre Maçom da Ordem Egípcia de Memphis a qual já estava adrede preparada, mesclada entre os demais ritos “com algo que se parecia egípcio”, mas de fácil compreensão e assimilação, vez que a “pedra de roseta” ainda não havia sido descoberta, e os hieróglifos ou menos a linguagem hierática era impossível de entendimento, assim, convencido Napoleão que em Memphis existia uma Organização de Maçons os quais se sujeitavam a ele e transmitiriam os segredos daquela cultura primitiva, encantou-se sobre maneira e modo, cedendo ao convite, passando pelo Ritual da Iniciação, Elevação e Exaltação em apenas uma única celebração, tudo isso impulsionado pelo “medo” que rodeava a milícia francesa e talvez até o seu comandante, justamente por uma doença que atacou os soldados cegando-os repentinamente, conhecida como “doença egípcia dos olhos” a qual atacava somente os militares e os obrigou a parar com a matança indiscriminada sobre o povo egípcio.

     Nos arquivos consta que essa “doença dos olhos” era fruto da vontade dos Irmãos Egípcios que há muito conheciam aquela e outras práticas. Com a volta repentina de Napoleão para a França, a Loja do Cairo sofreu uma cisão interna, pois os Irmãos Egípcios foram proibidos de praticar o Rito ÁRABE, o qual deveria dar lugar ao novo Rito de Memphis, com o qual eles não concordavam e abandonaram a Loja sem conferir a assinatura do Mestre Egípcio (que tanto os franceses queriam) dando validade ao Rito de Memphis e declarando-o como único e verdadeiro Rito Egípcio. Com essa cisão, a maioria dos Irmãos Egípcios se recolheram a praticar seu Rito de forma oculta, como sempre fora, e uma vez que não haviam passado nada do Ritual para os franceses estes nada puderam levar de novo para a Europa, exceto o Rito de Memphis e posteriormente o de Misraim. Por sua vez, os Irmãos Egípcios dissidentes do grupo original, que havia se retirado, permaneceram ostensivamente no Cairo e abriram suas Lojas, nas quais não praticavam o Rito ÁRABE, mas sim Ritos Europeus.

     Aqui se faz necessário uma explicação, dentre tantas outras que ainda faremos neste texto e nos outros que servirão para orientação daqueles que estão interessados na Maçonaria Egípcia, esta explicação diz respeito à nomenclatura ÁRABE que identifica o Rito Egípcio. Ela é a abreviatura (todos os povos da antiguidade conheciam, usavam e abusavam da abreviatura), mas essa abreviatura é conhecida apenas no Brasil, uma vez que no Egito de língua Árabe, ou antes, de língua Copta, demótica ou herática, o Antigo Rito do Alto e Baixo Egito teria outra formação de letras na abreviatura, que certamente não formariam a palavra ÁRABE. Outro detalhe importante é que o Rito Egípcio da Grande Loja Regular e Simbólica da Maçonaria Egípcia no Brasil não corresponde a nenhuma filosofia dos Povos Árabes em sua maioria Muçulmanos dedicados ao Islamismo e que não estão ligados a Maçonaria. Assim, deixamos claro que ÁRABE é a abreviatura de Antigo Rito do Alto e Baixo Egito formada pela tradução da língua original (hoje é a língua árabe) para o português. Voltando ao texto, temos que aqueles Irmãos dissidentes fundaram uma Loja que servia para o encontro de todos os Irmãos Maçons de todos os Ritos, na qual as idéias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade (vindas da França e sua Revolução) começaram a tomar força, sendo sufocadas (as idéias, os ideais e todos os Irmãos) por ordem do Rei Fuad, que iniciou uma verdadeira caçada à Maçonaria no Egito, isso durante entre 1948 até a queda do Rei Fuad que se deu entre 1952 a 1953 aproximadamente. As Lojas Foram saqueadas, todo material fora queimado e os Irmãos identificados foram aprisionados e desapareceram misteriosamente. Essa perseguição atingiu os Irmãos Egípcios do grupo dissidente que se recolhera e que foram localizados bem como os outros que fundaram a Loja ostensiva. Após a queda do Rei Fuad, a Maçonaria voltou a florescer no Cairo e nas proximidades, instalando-se dezenas de Lojas que adotavam um Rito chamado de Universal, fundando-se uma Grande Loja no Cairo, conhecida como Massonic Hall, na qual congregavam mais estrangeiros, turistas que iam conhecer as Pirâmides, do que propriamente os Irmãos Egípcios, os poucos que restaram aprenderam a olhar com desconfiança essa reunião “secreta” que se realiza em local e horário previamente combinado e de conhecimento público, temiam que uma reviravolta pudesse exterminar o pouco e os poucos que haviam escapado da proibição anterior. No Massonic Hall os Irmãos após a ritualística, divertia-se em um salão se chás e suco que ficava na entrada da Loja, com capacidade para cem pessoas confortavelmente sentados e que, enquanto bebericavam do suco e se refrescavam naquele maravilhoso espaço, tinham como vista, logo à frente o Rio Nilo e ao fundo podia-se ver, ainda que muito distante, as pirâmides de Gizá. Essa situação confortável durou pouco, pois as Lojas passaram a ser redutos de políticos e revolucionários, os quais eram contrários àquele Governo. Não tardou para que o Governo da República Árabe do Egito determinasse o fechamento da Maçonaria, todas as suas Lojas, proibindo a existência de maçons que assim se declarassem e proibindo (uma proibição apoiada por fontes religiosas) que qualquer cidadão árabe se tornasse maçom ou fundasse uma Loja.

     Resta explicar que a Maçonaria Egípcia sempre se mostrou dividida entre a Loja Francesa e a Grande Loja Unida Inglesa, isso ocorreu pela sucessão de invasões, primeira a dos Frances através da Missão do Egito proporcionada por Napoleão que logo em seguida foi atacado pela Esquadra do Almirante Nelson que perpetrou a entrada dos Ingleses naquele país. Têm nos acervo das Lojas Egípcias do Cairo, fotos de reuniões maçônicas onde se vê o estilo da Maçonaria Francesa, e outras datadas de 1921 com o estilo da Grande Loja Unida da Inglaterra, tem também um Certificado de Maçom expedido pela Grande Loja Unida da Inglaterra a um membro egípcio. Voltando a história, os ingleses foram auxiliados militarmente pelos Otamanos e o domínio Frances terminou em 1801. Os Maçons Egípcios mantiveram-se distante da política, tanto dos invasores quanto dos invadidos e presenciaram um grande caos social entre os anos de 1801e 1808, conforme consta escriturado nos livros da Ordem.

     Basicamente, a Ordem mantinha entre seus escritos, três livros que eram constantemente atualizados: das Reuniões (no qual era lançado todo o ocorrido dentro das reuniões administrativas), das Celebrações (onde constam as impressões causadas e apreciadas durante as iniciações) dos Acontecimentos (que mais se assemelha a um diário ou um Jornal, onde estão grafados os acontecimentos sociais), infelizmente, esse último livro (dos Acontecimentos) descreve o movimento social ocorrido em determinada região, geralmente onde se encontrava a Loja e seu escriba, ainda é certo que existia uma reunião anual onde os escribas “emprestavam” os livros uns aos outros para que pudessem compartilhar as informações das várias regiões do Egito onde existiam os Templos. Após a reunião anual dos escribas ocorria a atualização dos livros com a inserção dos acontecimentos distantes a que eles tomaram conhecimento. A história dos movimentos sociais do Egito era então registrada conforme o zelo, a aptidão e o discernimento de cada escriba, tornando aquela parte da história (que estive longe da base) um tanto quanto fragmentada e muitas vezes de difícil compreensão. Nota-se que o material literário com as anotações (ainda que traduzidas do sirilico para o copta ou para o árabe) mantém uma grande coesão com todo o material que a Ordem colecionou durante todo esse tempo (estamos falando de algo em torno dos últimos três mil e quinhentos anos). Em contrataste a essa faceta, temos que a história do movimento social ocorrida onde se localizava o Templo era exemplarmente anotada, inclusive com uma profunda riqueza de detalhes e que, até os dias de hoje, supera em muito os livros de história, tanto aqueles editados no Brasil bem como os do exterior. Essa “aliança” entre França e Inglaterra que dominou o Egito, não está muito bem explicada no livro, uma vez que nos parece que havia um Governo Inglês e uma ingerência francesa ou vice e versa.

     No último bloco vimos que o Rei Fuad (que na realidade era o Rei Faruk, filho do Rei Fuad, mas que ora aparece com seu nome e ora com o nome do seu pai). Mas, antes dele, por volta de 1807 houve nova troca de Governo no Egito, dessa vez com a ajuda dos franceses, um militar albanês de nome Meemet Ali, tomou o Governo e logo declarou os Maçons do Egito como “inimigos do povo”, deflagrando uma perseguição aos Sacerdotes, acusando-os de abrigar os mamelucos revoltosos que resistiam ao seu comando, até que em 22 de julho de 1811 conseguiu reunir no Cairo, através de um falso tratado de paz, cerca de três mil e quinhentos mouros e sessenta e sete Sacerdotes da Ordem (os quais foram levados presos e colocados entre os mouros) e todos foram mortos brutalmente. Tal ato bárbaro ficou conhecido como “o massacre dos mouros” e com esse nome passou para a história. Durante aproximadamente mais cem anos (de 1811 a 1915) a Ordem continuou ativa no Egito, porem agindo de forma oculta, utilizando-se das reuniões da Maçonaria (nome o qual já havia incorporado) para que pudesse manter suas reuniões que era reservada a bem poucos membros. Verificando os livros de presença, observamos que alguns anos havia umas freqüências de apenas três irmãos em loja e que entre o ano de 1899 a 1907 apenas um Irmão, que era o Grande Sacerdote (que equivale ao cargo de Sereníssimo) abria e fechava a reunião apenas com a sua presença, efetuava o Ritual e tomava todas as posições sagradas como se estivesse rodeado por vários irmãos. Existem passagens realmente marcantes nos livros, que demonstram os momentos de extrema solidão em que o Grande Sacerdote se encontrava, desacreditado mesmo pelos seus familiares (“...minha esposa, meus filhos e nem meus netos acreditam mais em mim...duvidam de tudo aquilo que sei, duvidam dos antigos livros que guardo...comparam-me a figura de um coveiro “guardião dos túmulos”...). Outras passagens nos mostram a alegria do Sábio Sacerdote com a chegada de um neófito: (...hoje Hórus ouviu minhas orações, enviou-me um jovem, neto do falecido Irmão..., que encontrou nas coisas do avô um pequeno escrito, onde se achava o nome da minha família, e depois de muito procurar chegou até minha casa, dizendo que queria muito conhecer aquelas coisas que seu avô falava...”). Sabemos que daquele momento em diante um novo movimento de expansão tomou conta da Ordem, de tal sorte que em 1918 já haviam Irmãos em número suficiente e que alguns deles se deslocaram para o Brasil com a intenção de transferir a Ordem para este país. Em 1922 a Ordem viu-se novamente à mercê de um Rei, era Fuad I que não admitia a presença da Maçonaria e via nela a possibilidade de um golpe de estado. As relações entre o Rei Fuad I e o Grande Oriente Nacional do Egito sempre foram estremecidas. Com a morte do Rei Fuad I (1936), assumiu seu filho Rei Faruk I que governou até a independência do Egito (independência concedida pela Inglaterra) que governou até 1952. Por volta de 1950 o Rei Faruk I determinou o fechamento de todas as Lojas Maçônicas, pilhando e saqueando o interior delas, as casas e o dinheiro e demais bens dos Maçons. Apesar do Rei ter abdicado em 1952, a sua influência permaneceu até aproximadamente 1955 através dos seus súditos que ainda ocupavam postos de destaque no Governo atual, e em 1954 uma nova onde de violência contra os Maçons fora registrada nos livros da Ordem, onde além da morte de vários irmãos prosseguiu-se na destruição de todo material relativo a Ordem que fora encontrado. Muitos documentos da Ordem foram levados para a Rússia, uma vez que por volta de 1950 alguns Russos contratados pelo Governo Egípcio entraram em contato com os Sacerdotes e foram aceitos nos mistérios. Nos livros daquela época observa-se a grafia dos nomes dos Irmãos Russos. Encontramos, também, nos mesmos livros da Ordem que o Governo Nasser foi um bom governo para o povo e para a Ordem, deixando-a livre para suas reuniões e não houve perseguição naquele período. Mas foi por volta de 1970 no período do Governo Sadat que o Governo Árabe decidiu pelo fechamento definitivo da Maçonaria no Egito, alegando que a Loja havia se transformado em um reduto político que tramava contra o Governo e contra o Islã. Na parte administrativa, o Governo alegou que estava existindo um desvio da finalidade das Lojas, uma vez que comprovaram que havia lucro oriundo das reuniões o que contrariava a constituição das Lojas como organismos sem fins lucrativos. Em arquivos tem referências que comprovam a utilização da Loja como “entreposto” de mercadorias que eram contrabandeadas do Egito para a Europa, uma vez que o Governo não se decidia pela proibição definitiva da saída das peças milenares que abasteciam o mercado negro dos colecionadores de arte. Houve nova perseguição aos Maçons, que dessa vez, conseguiram sair do Egito em diversas direções, alguns chegando ao Brasil, carregando na bagagem um pouco do material escrito sobre a Antiga Ordem Egípcia. Um desses Mestres, de nome ....... que era da Loja Champoulion no Cairo, manteve estreito contato com um Maçom Brasileiro, um Mestre Maçom de nome ........ que pertencia ao Grande Oriente de............. o qual auxilio-o na preservação dos documentos e propagação, ainda que discreta do Rito ARABE. A Maçonaria Egípcia no Brasil, do Rito ÁRABE ensina aos seus membros o REAA (edição de 1804) como forma de se “locomoverem no Mundo Maçônico” através dos Sinais, Toques e Palavras, após esse primeiro estudo, ensina aos seus adeptos o RITO ÁRABE para uso restrito à Loja ÁRABE e identificação com os demais Irmãos do mesmo Rito. Não existem Lojas aparentes, as reuniões são realizadas de forma discreta em locais que são de conhecimento apenas dos iniciados. Não precisam Templos ostensivos, pois suas reuniões podem ser feitas até no deserto. Assim, nossa simbologia é diferente da Maçonaria não Egípcia, uma vez que o REAA e outros Ritos seguem as raízes hebraicas e o ÁRABE tem raízes egípcias, o Templo de Salomão, em que pese todo o seu simbolismo cultural, não tem o valor, para os egípcios, que tem para os demais, uma vez que os egípcios invadiram e destruíram o Templo em épocas passadas. A lenda de Hiram Abif (o construtor) é substituída pela Lenda de Osíris e de outro Faraó o qual para os maçons do Rito Árabe é sagrado. Os segredos para cada Grau são outros, diferentes do REAA. A crença em um único Deus Supremo é parte principal dos postulados da Ordem, mas não é exigida para os adeptos, ainda que em suas correspondências com outros Irmãos, utilizem o GADU, ou SADU com a mesma finalidade, estamos nos referindo a outro Ser. Em suas reuniões nas Lojas, quando estão em “oficina” tratam apenas de assuntos ritualísticos na essência da palavra, deixando para outra oportunidade a leitura de documentos referentes à parte administrativa. Não tem a leitura da ordem do dia, ou de atas, nem do que foram tratados na sessão anterior, os Irmãos presentes não tem a palavra, ou seja, não podem se manifestar, não importa o Grau que estejam ou a emergência da situação (ressalvado o direito de interromper a celebração nos casos em que o Templo esteja descoberto). Existem reuniões meramente administrativas. Seus Sinais, Toque e Palavras são diferentes, seus trolhamento são diversos, assim como são diferentes as vestes, pois usam o avental do aprendiz durante toda vida na Ordem, para que ninguém esqueça que é um eterno aprendiz. Não há veste ou paramento que distinga o Mestre do Aprendiz. Todos se sentam uns ao lado dos outros, não há colunas que os defina, apesar de existirem três colunas no interior do Templo e duas vestibulares, agindo assim, acreditam que a energia da experiência dos mais velhos circule entre os mais novos e os influencie na jornada realizada na Senda Sagrada. Podem freqüentar as celebrações (toda reunião ritualística é uma celebração) homens, mulheres e pessoas com necessidades especiais, uma vez que acreditamos no ser humano perfeito como aquele de “mente perfeita” e não de corpo perfeito.

     No Brasil não aceitam a participação dos menores de dezoito anos uma vez que a Lei prevê toda uma proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes e respeitam a Lei do país em que vivem. As instruções são passadas de forma presencial ou à distância, pois acreditam que não há impedimento quanta a isso, porem as celebrações ritualísticas de Iniciação, Elevação e Exaltação são presenciais, sem exceção. Nessas celebrações, tanto para o Rito Escocês Antigo e Aceite ou Aceito como para o Rito ÁRABE são entregues as formas de identificação e alguns segredos pertencentes a cada grau. Os segredos não podem ser escritos, portanto passam de um Mestre para um Iniciado. Crêem que o Universo Todo está permeado pela Vida. Tem uma visão toda própria sobre a construção da Sagrada Pirâmide. Assim como os Antigos Egípcios, vivem se preparando para a morte e a compreendem como uma parte ininterrupta daquilo que chamamos de Vida. Tem conhecimento sobre outros aspectos da morte e a maioria aprende e coloca em prática exercícios sobre o domínio do próprio destino, da vida e da morte. Seus adeptos são ensinados sobre a força dos mantras, da mentalização, do magnetismo (esse último mais conhecido como hipnotismo) e praticam esses exercícios. Após um determinado tempo na Ordem, o iniciado que se faz digno e merecedor, toma posse de um segredo que o manterá estabilizado em sua vida... Esse segredo se faz necessário, pois acreditam que o Poder se demonstra pelos Resultados e não de outra forma. Caso revelassem desde o início o antigo nome da Ordem (antes de se tornar Maçonaria) teriam ao favor uma grande publicidade, uma vez que muito se especula sobre ela, sendo alvo da indústria literária e cinematográfica bem como dos egiptólogos mais renomados, que sabem da sua existência, mas não conseguem encontrá-la. Quanto a ser uma Maçonaria inclusiva, assim são, pois não tem nenhum tipo de discriminação por entenderem que o corpo carnal ora utilizado é apenas o veículo necessário para o trânsito nesta dimensão. Segundo suas tradições, são uma Escola Iniciática “estrutural”, ou seja, aquela que mantém ligação com a fonte originária ao contrário das Escolas Iniciáticas lineares, ou seja, aquela que mantém o formalismo interno e externo, mas perderam o contato com a fonte. Um dos lemas, que lembra o postulado é: “você não vê, mas nós estamos aqui”. Esse lema é explicado aos seus adeptos como um dos segredos. Acredito que essa longa explicação se fez necessária para que todos pudessem compreender um pouco sobre a MAÇONARIA EGÍPCIA NO BRASIL DO RITO ÁRABE.

     Deixo claro que respeito todos os Ritos da Maçonaria e que não estou reivindicando originalidade nem antecedência perante este ou aquele Rito.

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