sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Porque é Livre e de Bons Costumes...

...será que compreendemos realmente o que é ser Livre e de Bons Costumes ?

1- SER LIVRE

Ser livre significa ser independente, ganhar o suficiente para sua própria subsistência e de seus dependentes, atender aos seus compromissos sem prejuízo de quem quer que seja, ter consciência de seus deveres familiares, sociais, morais e religiosos, e executá-los com seriedade.

Não ter compromissos com organizações que proíbam o acesso a correntes espiritualistas. Ser livre é possuir autonomia, é ter direito de reger-se. Deve-se, também, ser subjetivamente livre: de preconceitos, superstições, maledicências e qualquer escravidão.

Ser livre é não ficar preso a um padrão estabelecido. Existem, no entanto, duas escalas de liberdade: a física e a psicológica, sendo que o cerceamento da liberdade física não impede que o indivíduo não experimente a liberdade espiritual.

Muitas vezes, o conceito de liberdade é confundido pelo homem. Acreditando-se livre, é prisioneiro de si mesmo, da sua ignorância, preconceitos e arrogância.

Liberdade é um estado de espírito; é poder ir em busca do desconhecido sem sentir-se preso a experiências passadas.

Livre é alguém que não sendo irresponsável ou escandaloso, agredindo a sociedade por sua vida condenável, não seja por outro lado, joguete passivo das circunstâncias e das pessoas que o rodeiam. É alguém que sabe o que quer, não tem medo, que possui liberdade de pensamento e condições psicológicas para absorver determinados ensinamentos, através do estudo e da reflexão, sem pré-julgamentos.

Ser Livre é ter coragem para criar, tendo sempre como objetivo o evoluir.

2- SER DE BONS COSTUMES

Ser de bons costumes é ter adquirido bons hábitos e salutares princípios que permitam conduzir-se a si mesmo em qualquer condição e lugar.

Ser de bons costumes é ser honrado, empenhando todos os seus esforços por se tornar melhor a cada dia que passa. Auxiliar, na medida do possível, àqueles que imploram por sua benevolência. Abrandar o coração para com os seus antagonistas. Deixar, por donde quer que passe, um rastro de luz benéfica que deve caracterizar todo O Verdadeiro Maçom.

Ser honrado, justo, de bom entendimento e rigorosa moralidade.

Ser de bons costumes é ter hábitos sadios; ser capaz de superar obstáculos naturais - discussões interpessoais, ambientes confusos, dificuldades financeira, etc., através da coerência, do bom senso, da organização e do equilíbrio.

Bons costumes aplicam-se, principalmente, a ética do candidato. Mas a Ordem Maçônica espera tanto dos candidatos, como de seus integrantes, um espírito de verdadeira Fraternidade, Cooperação e Altruísmo.

Portanto BONS COSTUMES, em Maçonaria, não devem ser encarados como se referindo apenas aos valores sociais consagrados. Deve, isto sim, ser entendido como um reto modo de vida, já que não há uma conotação meramente moralista nesse termo.

Mas, O Que é Ser Livre e de bons costumes?

“O Homem verdadeiramente Livre é um Homem de Bons Costumes".

Falar sobre a liberdade é uma das questões mais fascinantes em nosso meio. Usamos muito essa palavra, mas temos dificuldade em conceituá-la. Todo mundo afirma que quer ser livre, mas pouca gente sabe dizer o que quer fazer com a liberdade.

É comum pensar que se pode agir sem impor limites à nossa vontade. Não é meu ponto de vista. Aliás, não tenho muita simpatia pela idéia de que viver bem é não abrir mão de nenhum tipo de desejo. Essa abordagem me parece ingênua e não leva em conta o fato de que, em nossa vida interior, há outras peças tão importantes quanto às do desejo.

Por exemplo: uma pessoa me agride e eu tenho vontade de revidar com toda a força e posso até desejar matá-la Mas tenho dentro de mim um conjunto de valores morais. Se eu transgredi-los, experimentarei uma dor íntima muito desagradável, que é a culpa. Os animais em geral não sentem outra coisa senão o desejo e o medo. O homem não: tem um cérebro sofisticado que "fabrica" conceitos e padrões de comportamento que as pessoas acham muito importante respeitar. Em muitos casos, as normas estão em oposição às nossas vontades. No exemplo citado, isso fica evidente. Pelos nossos valores éticos, não temos o direito de matar outro ser humano.

Como agir? Respeitamos a vontade ou os padrões? Acredito firmemente que devemos nos ater aos padrões. Devemos seguir nossos pontos de vista e nossas convicções. Agir sempre em concordância com a vontade é franca imaturidade, é não saber suportar frustrações e contrariedades. Evidentemente que estou me referindo às situações em que a razão está em oposição à vontade. No caso de ela não provocar nenhuma reação negativa, é lógico que devemos tentar realizá-la.

Não se trata, portanto, de desprezar nossos desejos. Se estiver com boa saúde, posso comer doces. Se for diabético, tenho de ter a capacidade de abrir mão deles. Não acho acertado considerar mais livres as pessoas que não ligam para si mesmas e para os outros. Elas são mais irresponsáveis e até autodestrutivas. Se um homem sabe que o álcool lhe faz mal e continua bebendo, ele não é mais livre. É mais fraco.

Nos séculos passados, o ser humano vivia por normas exageradamente rígidas e alguns psicólogos acabaram concluindo que a verdadeira liberdade consistia em jogar fora essa camisa-de-força, guiando-nos a partir de nossos desejos. A idéia é boa, mas - na prática - é inviável. A vida em grupo exige que se preste atenção também aos outros. O amor e a solidariedade que sentimos naturalmente dentro de nós pedem isso. Não posso magoar as pessoas que amo sem sofrer. Nesse caso, antes de satisfazer a vontade, tenho de refletir muito, avaliando e pensando nas conseqüências.

Liberdade não é realizar todas as vontades. Não é ser desta ou daquela maneira. Liberdade são a sensação íntima de prazer que deriva da coerência entre o que pensamos e a forma como atuamos. Sou livre se sou capaz de agir de modo coerente com o que penso. Algumas vezes respeito à vontade; outras, as normas morais. Em cada situação eu tomo decisões, válidas apenas para aquele momento. Sei dizer "sim", sei dizer "não". Tudo depende da importância do desejo e da permanente preocupação de equilibrar os meus direitos e os direitos das demais pessoas. Aceitar certos limites para as nossas vontades é sinal de maturidade, não de resignação e conformismo. É sinal de força, não de fraqueza.

Vivemos em um mundo plástico, cujos valores positivos sempre recaem sobre aqueles que são belos, bem sucedidos e bem relacionados, onde os Altruístas, os Livres Pensadores, homens LIVRES e de bons costumes, nem sempre atendem as demandas de uma sociedade que, mais do que nunca, valoriza a imagem em detrimento do conteúdo.

E o que resulta dessa super-expectativa estética é que crescemos sem aprender a lidar com estes valores e referências. Não o aceitamos, não o admitimos, nunca o confessamos. Sempre estamos tentando confeitá-lo ou empaná-lo com justificativas, de modo que o produto do nosso eu sempre pareça melhor do que realmente o é. Principalmente quando estes conceitos ou preconceitos se dão no meio da Maçonaria, aonde as exigências de um behaviorismo (comportamento) moralista intangível e inalcançável, por vezes, vão produzindo em nós uma capacidade enorme de teatralizar o nosso próprio eu.

Em nossa Maçonaria atual, reservamos pouco espaço em nossas Reuniões para testemunhar os nossos erros (o que é uma pena). Só testemunhamos os feitos do passado, as nossas incríveis performances ideariam as nossas façanhas operadas num mundo histórico e muitas vezes, virtual de ética, de moralidade e da filantropia; nunca (ou quase nunca) os nossos erros, decepções, fracassos. Como seria bom de vez em quando ouvirmos: "Irmãos, tal dia nós teremos uma reunião para compartilharmos os nossos erros, buscando soluções, com o que temos aprendido e experimentado”. Não! Não há espaço para isto porque praticamos uma Maçonaria de aparências, de marketing, onde se dá excessiva importância a imagem - e pouca importância ao conteúdo. Precisamos resgatar a Maçonaria que é menos ribalta e lantejoulas, mais objetiva.

Existem meios de tratar os nossos erros. Aceitá-los como erros, chamar o erro de erro dar nome aos erros, pode ser um começo. Qualquer outra atitude - negar, justificar, racionalizar, reinterpretar - além de ser inócua, é uma tentativa humana e desesperada de escondê-los.

O problema é que a história nos mostra que ESCONDER O ERRO NÃO O ELIMINA, SÓ ADIA A SUA DESCOBERTA. Esconder o erro (seja qual for o método) não o elimina, mais cedo ou mais tarde ele é descoberto, vem à tona, nos acha.

Se quisermos lidar com os erros de modo correto é preciso antes extirpar de nós este músculo adâmico da negação dos erros, a mentira. E aprendamos (pelo menos) a reconhecer que: “...a régua de medir com o qual estamos selecionando os profanos que adentram em nossas lojas, está fora do padrão maçônico, ...onde muitos de nós maçons, se comparados com a régua uma vez aferida, seriam comprovadamente descaracterizados como tal”.

CONDIÇÕES PARA SER MAÇOM!

“Erros são, no final das contas, fundamentos da verdade. Se um homem não sabe o que uma coisa é, já é um avanço do conhecimento saber o que ela não é” (Carl Gustav Jung).


Maçonaria – A Maçonaria agrega um grupo de iniciados que, além de amarem o próximo, amam-se a si mesmos, evoluindo mentalmente, na incessante busca do saber.

Toda instituição que recebe seus adeptos por meio do processo iniciático foge do comum, pois, existindo uma “seleção”, a Maçonaria ocupa-se dos problemas superiores, fugindo do vulgar.

O maçom, como elemento componente da instituição, por sua vez, deve comprovar pertencer a uma entidade seletiva e destacar-se do mundo profano, por exemplo.

Reconhece-se o maçom mais pela conduta.

O maçom foi “pinçado” mercê da vontade do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, entre milhares de pessoas; é um “destaque” e por esse motivo ele faz jus às benesses que a Maçonaria dispensa.

O Maçom deve, a todo o momento, ser grato por ter sido “chamado” e demonstrar essa gratidão pelo seu viver.

O que a Maçonaria lhes oferece? - Pela dedução de suas Leis, a Maçonaria não oferece nenhuma outra vantagem aos seus filiados, senão a que se relaciona com a solidariedade, a amizade fraterna e o levantamento moral de suas personalidades.

A solidariedade e a Verdade – Os elementos da amizade fraterna são nossos pontos perfeitos: a obrigação de deixarmos nosso próprio caminho para servir a um Irmão merecedor; a obrigação de sempre nos lembrarmos de nosso Irmão em nossas meditações; a obrigação de mantermos sigilo; a obrigação de ajudar um Irmão e de proteger seu bom nome; e finalmente, a obrigação de prevenir um Irmão da presença de um perigo. Nós oferecemos essa obrigação moral àquele que estiver disposto a manter reciprocidade.

A solidariedade não corresponde, necessariamente, à ajuda material. Ela pode ser uma mão ou um ouvido amigo, um favor ou uma palavra encorajadora. O compromisso subjacente é o de uma disposição de ajudar a outro Maçom, ou sua família, com o mesmo nível de consideração que seria demonstrada em relação a um irmão natural. Nós podemos oferecer esse compromisso àquele disposto a manter mutualidade.

A Verdade é um dever e uma medida de valores que nos é confiada. Cada um dos três Graus da Maçonaria Simbólica ensina, por preceitos, alegorias e símbolos, as virtudes da justiça, fidelidade, temperança, coragem e prudência, tudo o que temos para sermos verdadeiros – verdadeiros ontem, verdadeiros hoje e verdadeiros amanhã. Nós estamos dispostos a compartilhar as lendas, as alegorias e símbolos que as ilustram, com aqueles que estiverem dispostos a praticar as virtudes que elas representam.

Amizade fraterna, solidariedade e verdade exigem atividades e compromisso pessoal. Temos que fazer algo para colocá-las em prática. A Maçonaria pode dar aos homens uma oportunidade de fazer algo para melhorar a si mesmo na busca daquelas verdades. Devemos demonstrar-lhe que os princípios maçônicos oferecem um modo de pensar e um modo de viver.

Temerários – aqueles que porventura intentem marchar para seus Templos preliminando interesses pessoais ou alimentando esperanças alheias aos fundamentos do referido ideal, deverão ser evitados, porque, ou se enganarão redondamente ou irão se decepcionar em pouco tempo de estada nas suas fileiras.

Todos os maçons, de qualquer grau, têm por dever precípuo observar e fazer observar as Leis Maçônicas e Regulamentos Vigorantes. Sob um prisma todo especial, são métodos que ensinam tudo que possa dizer respeito à família, à honra, à ciência, ao princípio de liberdade e a todas as idéias elevadas, às grandes concepções e todas as iniciativas de indiscutível grandeza moral.

Livres e de bons costumes - É a condição exigida para que um profano ingresse na Maçonaria por intermédio da Iniciação.

Não basta o candidato ser politicamente livre; não basta que tenha um comportamento moral comum. A Maçonaria proclama que a sua filosofia tem por base na tradição, nos usos e costumes; portanto, "costumes" não é um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de práticas que conduzem o ser humano a uma vida espiritual.

O candidato deve comparecer à Iniciação com uma disposição quase de "amar a seu futuro irmão" como a si mesmo. Isso exige um comportamento para com seu próprio corpo, para com sua própria alma e para com o seu espírito.

Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de maior profundidade do que parece à primeira vista; seria muito cômodo aceitar um candidato que politicamente é livre, pois não há mais escravidão no mundo; ou que, penalmente, não se encontre preso, cumprindo alguma pena.

Livre e de bons costumes é a característica do maçom e ele deve fazer jus a essa benesse. Todo o maçom, mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter "livre e de bons costumes".

A iniciação – significa a “aceitação” para fazer parte do grupo, posto que possa ser definida como “princípio”, é a expressão peculiar para as cerimônias e ritos secretos, místicos e espirituais.

O principal é ter equilíbrio e evitar o fanatismo; o maçom é um Iniciado permanente; mesmo que se afaste de sua Loja, a Iniciação não sofrerá abalo; é como o sacerdócio, in aeternum.

A Maçonaria sempre adotou a Iniciação como meio de selecionar seus filiados.

Liberdade, Igualdade e Fraternidade - Apesar de inserido no lema da Maçonaria, o mundo ainda não conseguiu definir a igualdade e a liberdade, e muito menos a Fraternidade.

Igualdade - Nossa Constituição afirma que todos são iguais perante a lei; contudo, um menos favorecido da sorte não encontra vaga nos colégios para seus filhos em idade escolar; um pobre enfermo bate às portas dos hospitais em vão; não há oportunidade para o trabalho; o lazer e a diversão não são distribuídos eqüitativamente; o que é benesse não é dado aos pobres. Um pobre que apenas consegue subsistir porque ganha somente para a escassa alimentação, não pode fazer parte do maravilhoso preceito constitucional de igualdade. Uma igualdade injusta não é igualdade.

Um maçom deve cultivar a igualdade como se fosse uma virtude! As diferenças sociais ferem e aviltam; a operosidade maçônica detém-se, também, nesse campo.

Liberdade - Nada há mais perigoso que esse conjunto de nove letras, porque freqüentemente, em nome da liberdade, cometem-se os mais hediondos crimes. A liberdade exige um conjunto de ações complementares; uma falsa liberdade oprime e desajusta, desequilibra e desilude.

Fraternidade é uma associação fraterna usada para demonstrar que todos os homens podem conviver como se fossem Irmãos da mesma carne.

Maçonicamente interpretando, a Fraternidade apresenta-se de vários modos: a Fraternidade de uma Loja; a Fraternidade em uma Ordem; a Fraternidade Universal, também designada de "Fraternidade Branca".

O candidato que passa pela Iniciação maçônica ingressa após a sua aclamação em Loja, na Fraternidade maçônica, nos seus vários aspectos e de modo permanente.

A Fraternidade implica obrigações e direitos; a parte ética e de comportamento é muito importante. São admitidas pequenas rusgas, como sucede dentro de uma família, mas com a obrigação de serem passageiras.

O maçom tem o dever de tolerar esses incidentes e perdoar se eles tiverem sido mais intensos.

Concluindo, de tudo o que expusermos acima, temos a dizer que a Maçonaria não tem objetivo nem a pretensão de convencer alguém a alguma coisa, pois sabemos todos nós que ninguém convence ninguém a nada, cada um é que se convence por si só.

Tudo o que contraria o bom senso e a lógica ou que seja contrário à prática do bem não é Maçonaria.

O SIMBOLISMO DA ROMÃ

A romanzeira ou pé de romã, em hebraico Rimmôn, é uma pequena árvore, ou até um arbusto pertencente à família "Punica Granatum" – nome latino – e no vernáculo mais purista, diz-se Romãzeira. No sul da Espanha existe uma linda cidade, que foi a capital dos reinos de Castela e Aragão, conquistada aos árabes em 1492 pelos reis católicos, chamada romã = Granada.

Cresce silvestre no Oriente Médio e principalmente na Palestina, onde existem três cidades com o nome desse fruto, Rimon, Gate Rimon e En-Rimon. Da Palestina, através da Diáspora, foi levada a todo o mundo, inclusive, depois dos descobrimentos, ao Novo Mundo e posteriormente à Austrália e Nova Zelândia.

Considerando-se a origem da Romã como sendo hebraica, nada melhor, para uma compreensão inicial, que recorrermos às Sagradas Escrituras. O Velho Testamento refere a Romã, ONZE vezes, enquanto o Novo Testamento, a omite totalmente. Por ordem cronológica, transcrevemos as passagens alusivas a esse fruto:

1) "Farás, também a sobrepeliz da estola sacerdotal toda de estofo azul. No meio dela haverá uma abertura para a cabeça; será debruada essa abertura, como a abertura de uma saia de malha, para que não se rompa. Em toda a orla da sobrepeliz farás romãs de estofo azul, púrpura e carmesim; e campainhas de ouro no meio delas. Haverá em toda a orla da sobrepeliz uma campainha de ouro e uma romã, outra campainha de ouro e outra romã. Esta sobrepeliz estará sobre Aarão quando praticar o seu ministério, para que se ouça o seu sonido, quando entrar no santuário diante do Senhor, e quando sair, e isso para que não morra." (Êxodo 28-31.35.)

2) "Depois vieram até o vale de Escol, por causa do cacho de uvas, o qual o trouxeram dois homens numa vara, como também romãs e figos." (Números 13:23)

3) "E porque nos fizeste subir do Egito, para nos trazer a este mau lugar, que não é de cereais, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber?" (Números 20:5)

4)"Fez também romãs em duas fileiras por cima de uma das obras de rede para cobrir o capitel no alto da coluna; o mesmo fez com o outro capitel. Os capitéis que estavam no alto das colunas eram de obra de lírios, como na Sala do Trono, e de quatro côvados. Perto do bojo, próximo à obra de rede, os capitéis que estavam no alto das duas colunas tinham duzentas romãs, dispostas em fileiras em redor, sobre um e outro capitel." (II Reis 7:18-20)

5) "Há quatrocentas romãs para as duas redes, isto é, duas fileiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam no alto da coluna." (II Crônicas 4:13)

6) "Os teus lábios são como um fio de escarlate, e tua boca é formosa; as tuas faces, como romã partida, brilham através de véu." (Cantares 4:3)

7) "Os teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes." (Cantares 4:13)

8) "Desci ao jardim das nogueiras, para mirar as renovos do vale, para ver se brotavam as vides e se floresciam as romãzeiras." (Cantares 6:11)]

9) "Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; eu te daria a beber vinho aromático e mosto das minhas romãs." (Cantares 8:2)

10) "Sobre ele havia um capitel de bronze; a altura de cada um era de cinco côvados; a obra de rede e as romãs sobre o capitel ao redor eram de bronze. Semelhante a esta era a outra coluna com as romãs. Havia noventa e seis romãs aos lados; as romãs todas, sobre a obra de rede ao redor, eram cem." (Jeremias 52:22-23)

11) "Saul se encontrava na extremidade de Gibeá, debaixo da romãzeira em Migron; e o povo que estava com ele era de cerca de seiscentos homens." (I Samuel 14:2)

NO QUE DIZ RESPEITO ÀS CIDADES:

1) "Lebaote, Silim e Rimom; ao todo, vinte e nove cidades com suas aldeias." (Josué 15:32)

2) "Então viraram e fugiram para o deserto, à penha Rimom." (Juizes 20:45)

3) "A sétima sorte saiu à tribo dos filhos de Dã; Jeúde, Bene-Beráque, Gate-Rimom." (Josué 19:45)

4) "Em En-Rimon, em Zorá, em Jarmute." (Nemias 11:29)

Desconhece-se a origem das cidades acima referidas, mas tudo leva a crer, que os seus nomes derivaram do grande número de Romãzeiras existentes. Alguns autores dão a Romãzeira como originária do Egito onde era conhecida pelo nome de "Anhmen"; fazem, outrossim, certa ligação entre a "Romã" e o nome de "Amon Ra". Prosseguem dizendo não caber dúvida que foi no Egito que o fruto constituía um símbolo sagrado, pois os Sacerdotes egípcios, usavam a romã nos atos litúrgicos iniciáticos. Para os romanos, a sua origem está no norte da África. O seu nome latino – Punica Granatum – sugere a sua origem na cidade de Cartago. Na realidade, esta cidade foi fundada pelos fenícios da cidade de Tiro, que foi fundada pelos sidônios, da cidade de Sidon. Estas cidades situam-se ao norte da Palestina, no atual Líbano.

Platão teria afirmado que dez mil anos antes de Menés já existia a cerimônia que incluía a Romã como fruto, com a sua rubra flor. Somente os sacerdotes de Amon Ra tinham o privilégio de cultivar a Romãzeira. As Romãs, consideradas como oferendas sagradas, eram colocadas sobre os túmulos dos Faraós.

Encontram-se referências a respeito junto ao sacerdote Egípcio de Heliópolis, de nome Manthonm, em sua história dos reis, escrita em grego, 300 anos antes de Cristo. Sobre os Altares dos deuses Horus, Set, Isis e Osiris, este o deus supremo e juiz do além vida, protetor da morte, eram colocadas as mais exuberantes Romãs, como símbolo dos iniciados nos supremos mistérios. Essas oferendas aumentavam de número consoante a categoria do iniciado ou a importância do cargo, como os grandes hierofantes de Amon Ra e de Osiris, que além dessas ofertas serem colocadas em seus túmulos, eram também plantadas nos parques funerários, um número determinado e simbólico de Romãzeiras.

O número variava entre três, cinco e sete, de conformidade com a hierarquia. O rei Thotmesis – Tutmós - da XVIII dinastia, morto no ano 59 a .C. teve plantadas em seu parque funerário, cinco Romãs. Um hábito curioso diz respeito às pessoas que tinham débitos com o falecido. Estas dívidas eram pagas com Romãs, depositadas sobre o seu túmulo. Esse fruto simbolizava a vida e a união geográfica do Egito, compreendido assim o Alto Egito, o Meio Egito e o Baixo Egito, que representavam os três "ninhos interiores" ou a câmara baixa; os cinco "ninhos superiores" ou câmara alta, dos deuses Osiris, o juiz supremo da outra vida, Set, deus das trevas, que matou a Osiris e Horus, que vingou a Osíris, casado com Isis, além da deusa Nefritis ou Isis irmã de Osiris.

No antigo Egito o mês tinha três semanas de dez dias cada uma, e o ano doze meses ou seja, 360 dias aos quais, para corrigir a anomalia astronômica, foram acrescentados cinco dias que eram os correspondentes aos aniversários dos deuses Osiris, Horus, Set, Isis e Nefritis. Esses cinco dias acrescidos eram considerados de maus augúrios, e para aplacar o azar, eram oferecidas Romãs colocadas nos altares. Paralelamente, semeavam no parque funerário, três Romãs, simbolizando as três o Egito e mais cinco em honra aos cinco deuses patronos dos cinco últimos dias, e mais sete, em homenagem às sete trajetórias que as almas deviam percorrer para purificar-se. Essa origem da Romã no Egito conflita com as sagradas escrituras.

Na oportunidade em que Jacó saiu de Israel em direção ao Egito, para fugir da fome que assolava a sua região, levou consigo mudas de videira, de romãzeira, figueiras e demais árvores frutíferas, plantando-as e cultivando-as. Na volta para Canaã, quando os hebreus chefiados por Moisés foram inspecionar a terra prometida, trouxeram de lá, frutos excepcionais, descritos como gigantescos, eis que para carregar um cacho de uvas, foram precisos dois homens, pendurado o cacho numa vara; junto, trouxeram figos e romãs; podemos imaginar, se comparados com o enorme cacho de uvas, o tamanho dos figos e das romãs! Sem dúvida a origem da Romãzeira, é da Palestina.

Para os Assírios, a romã simbolizava a vida e os primeiros frutos da colheita eram entregues ao sacerdote que extraía o seu suco para que o Rei o oferecesse ao ídolo. Os frutos mais formosos que simbolizavam o prolongamento da vida eram preservados para o templo; a Romãzeira era considerada como o pai da vida; com a madeira da árvore, eram confeccionados amuletos. Os fenícios, tinham a Romã, também, como frutos sagrados, bem como os Cartagineses e os Romanos, que os reproduziam nos capitéis de suas colunas e os colocavam nas tumbas dos sacerdotes e dos reis. Para os gregos a Romã era sagrada e eles a denominavam de Roidion, e a Romãzeira de Roía; os frutos eram oferecidos à deusa da sabedoria, protetora da cidade de Atenas. Para os iniciados nos mistérios de Eleusis, Dodone, Delfos, Megara e outros, a Romã simbolizava a fecundidade e a vida.

Se a Romã era usada como símbolo de vida, a concepção hebraica a reforça, considerando a propagação da espécie como o elemento mais relevante da vida. A Romã é de difícil uso como alimento, porque a separação dos grãos, firmemente inseridos em sua polpa, exige certa habilidade; mas, o seu suco, obtido com o esmagamento das suas sementes, que na realidade se constituem cada uma em um fruto separado, é de fácil obtenção. Obtido o suco, de certa forma abundante, fermentado esse, produz-se um vinho de sabor suave e delicado que, talvez para o paladar do ocidental, possa parecer estranho.

Quando de nossa estada em Israel, justamente, em Canaã, adquiri no comércio, uma garrafa de vinho de romã; gelado, nos pareceu de agradável paladar. Retornados ao Brasil, procuramos obter certa quantidade de romãs retirando-lhes os grãos que esmagamos, coamos o suco, acrescentamos um pouco de açúcar e deixamos fermentar. O vinho obtido tinha o mesmo paladar daquele que adquirimos em Israel. Efetivamente, depois de degustá-lo em pequenas doses, decorrido algum tempo, notamos o seu efeito energético; preferimos denominá-lo assim, de afrodisíaco. O relato contém além das insinuações, simbolismos profundos relacionados com os costumes hebreus. A análise meticulosa desvenda preciosas lições.

Por quê Salomão valorizava tanto a romã e o seu vinho? Além do atributo afrodisíaco que os comerciantes dão ao vinho da Romãzeira, o relato de Cantares é claro. O rei Salomão reinou sobre Israel durante quarenta anos, portanto, não se o pode julgar uma pessoa já idosa, mas no vigor da idade. O relato inserido em I Reis 11 nos dá:

"Ora além da filha do faraó, amou Salomão, muitas mulheres estrangeiras; moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, mulheres das nações de que havia o Senhor dito aos filhos de Israel: não caseis com elas, nem casem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para seguirdes os seus deuses. A estas se apegou Salomão pelo amor. Tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era de todo para com o Senhor seu Deus, como fora o de Davi, seu pai."

Apesar do texto bíblico denominá-lo de "velho", um homem para contentar a mil mulheres, mesmo com higidez excepcional, deveria valer-se de algum produto afrodisíaco, que não era outro senão o vinho da romã. Isto justifica o seu uso, a ponto de fazer da Romã um símbolo sexual conjugado com os lírios, símbolo da excelência feminina. Colocadas as Romãs e os Lírios, nos capitéis das Colunas do Templo, quis Salomão render destaque à sua condição de rei poderoso em todos os sentidos. Poder-se-ia, contudo, questionar sobre esse evento: mas quando Salomão tinha mil mulheres o Templo já estava construído como as duas respectivas colunas. No entanto, já naquele momento, Salomão possuía mulheres em grande número e é de se supor que a ingestão do vinho afrodisíaco já era um hábito e uma necessidade. Não se conhece a idade exata de Salomão.

No livro I Crônicas, 29:1 lemos: "Disse mais o rei Davi a toda a congregação; Salomão meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e inexperiente, e esta obra é grande; porque o palácio não é para homens, mas para o Senhor Deus." E no livro I Reis, 3:7 lemos: "Agora, pois, ó Senhor meu Deus, tu fizestes reinar a teu servo em lugar de Davi meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me".

Quando Davi ordenou o censo, excluiu os que tinham a idade de menos de 20 anos. Poderíamos, calcular, a grosso modo, que Salomão sentira-se criança, talvez por não ter atingido a idade de vinte anos. Portanto, se Salomão reinara durante quarenta anos, e assumira o reinado aos vinte anos, ao morrer, teria sessenta anos, idade que não podemos aceitar como de pessoa já velha. Porém, se Salomão se considerou criança, poderia, perfeitamente, ter apenas quatorze ou treze anos de idade, e então ao morrer teria cinqüenta e três a cinqüenta e quatro anos! Mas, se com essa idade iniciou a construção do Templo, como justificar a presença das Romãs e dos Lírios? Talvez uma manifestação profética, uma vez que esses adornos foram determinados por Davi que os recebera do Senhor. Davi, por sua vez, tivera um grande número de mulheres e concubinas, e o uso do vinho afrodisíaco, poderia ter sido também um hábito seu. Em Jerusalém era muito usada a Alcaparra, denominada em hebraico de Abyynah, cujos brotos e flores excitavam os desejos sexuais; hoje as sementes conservadas em vinagre constituem um condimento muito apreciado em toda a parte.

De qualquer forma, é preciso encontrar-se uma justificativa muito mais coerente sobre a presença das Romãs, do que a simplista de que simbolizava a união fraterna, pela coesão de seus grãos. A necessidade dos excitantes sexuais vem justificada pelo costume que os poderosos tinham de manter junto a si, múltiplas esposas e concubinas; os excessos sexuais da época não constituíam pecado ou falha moral.

Completaremos o estudo sobre a Romã, examinando detalhadamente o seu aspecto interno e externo. O fruto é arredondado, assemelhando-se a um pequeno cântaro, ou a uma laranja de bom tamanho. Sua casca é lisa e manchada na coloração mista do vermelho com o verde, com manchas amareladas.

Na parte oposta ao pedúnculo que se prende ao ramo, apresenta uma coroa formada de pequenos triângulos, e no seu centro, restos de pistilos secos de sua flor. Essa flor é de cor escarlate e composta de três pétalas carnosas que após desabrochar completamente dão lugar a uma rosácea de cinco pétalas; curiosamente, ao formar-se o fruto, surgem mais duas pétalas que se mantêm envolvidas pela coroa, secando paulatinamente até ao completo desenvolvimento do fruto.

A casca é grossa e robusta; quando bem maduro o fruto rompe-se, pondo à mostra alguns grãos; quando colhida e deixada em lugar quente, a Romã seca lentamente; não apodrece; e mesmo seco, o fruto é utilizado, pois os seus grãos apresentam-se mais doces ainda. O interior apresenta duas câmaras: a alta que contém cinco celas onde se espremem dezenas de grãos, e a câmara baixa, que se apresenta da mesma forma; os grãos têm no centro, uma diminuta semente branca e ao redor uma grande parte carnosa e transparente, nas colorações que partem do rosa pálido ao vermelho rubi. Essa parte interna lembra os favos de mel; as celas são divididas por uma espécie de cortina branca e leve.

Essa película resistente é amarga, como o é toda a casca exterior, possuindo propriedades medicinais; pela grande quantidade de tanino que contém, é usada como adstringente para diarréia; a casca, em forma de chá é um excelente vermífugo. Os grãos são saborosos, podendo ser ingeridos agrupados; o gosto esquisito, é agridoce. No Oriente, como já referimos, esses grãos macerados produzem um líquido que fermentado resulta em vinho afrodisíaco. O simbolismo do fruto e de sua flor se adequa à filosofia maçônica. A planta, ou melhor, o arbusto, tem as folhas pequenas e perenes, de um verde escuro; a planta não atinge altura significativa e desde cedo, quando em desenvolvimento, tendo um metro e meio, já produz frutos. Os grãos simbolizam a união dos maçons em seus vários aspectos: o fisiológico, porque cada grão possui "carne", "sangue" (o suco) e "ossos", (as sementes). Os grãos crescem unidos de tal forma que perdem o formato natural, que seria redondo; espremidos uns aos outros, são semelhantes a polígonos geométricos, com várias facetas; são lustrosos e belos, lembrando os favos de uma colméia de abelhas; as abelhas trabalham sem descanso e assim lutam os maçons.

Os frutos representam os maçons que estão no Oriente Eterno; são pedras totalmente polidas que abrilhantam o Reino Celestial. As câmaras simbolizam a vida externa e a interna, ou seja, a mente humana e o espírito. As cinco células da Câmara Alta representam as fases intelectuais onde se estuda a razão da verdade eterna;, o conhecimento, o impulso para o elevado, para a moral e para a perfeita harmonia.

Representam, ao mesmo-tempo, as cinco raças humanas, perfeitamente unidas, sem preconceitos; também recordam as cinco idades do homem: a embrionária, a infância, a do aprendizado, a construtiva e a madura. As três células da Câmara Baixa correspondem ao aprendizado, ao companheirismo e ao mestrado. As três substâncias do homem: sangue, carne e ossos; ao homem Templo, ao homem Altar e ao homem Alma. As três luzes: Ven.'. e Vvig.'.. O formato externo, representa a Terra, seja pela sua esfera, seja pela sua coloração e conteúdo.

O astronauta soviético Yuri Gagarin, quando pôde contemplar a Terra do Cosmos, exclamou: "Ela é azul!". Hoje passada quase uma geração, o jornalista japonês Akiyama, a bordo da estação orbital russa Mir enviou a seguinte mensagem: "O ar e as águas estão visivelmente sujos. Estou muito ocupado aqui, em cima, para ser filosófico; mas sinto que realmente faço parte da mãe Terra, agora, e acredito que temos que realmente fazer alguma coisa para salvá-la - acrescentou: eu não estou falando dos desertos, mas em outras partes da África e da Ásia não há muitas árvores". Que expressiva diferença após poucos anos! A Terra para Gagarin era azul; para Toyohiro Akiyama, a Terra perdeu a suavidade colorida!

A Romã expressa, na sua coloração, a realidade. A coroa de triângulos ou coroa da virtude, do sacrifício, da ciência, da fraternidade, do amor ao próximo, está colocada numa extremidade da esfera. Simboliza o coroamento da obra da Arte Real. A flor rubra representa a chama do entusiasmo que conduz o Neófito ao seu destino, iluminando a sua jornada. As cores da Romã simbolizam: o verde, o reino vegetal; a amarela, o reino mineral; e a vermelha, o reino animal. As membranas brancas, que não constituem cor, mas a mistura de todas as cores como as obtidas quando o raio transpassa o cristal formando o arco-íris, simboliza a paz e o amor fraterno.

Podemos acrescentar que o simbolismo da romã se equivale, na Arte Real, ao simbolismo da Cadeia de União, da Orla Dentada, da Corda de 81 Nós, e ao do Feixe de Esopo.

Em suma, a romã simboliza a própria Loja e a sua a Egrégora.







quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

RITO ÁRABE

Um pouco de História

     É um rito originariamente egípcio, uma vez não sofreu em nenhum momento a influência do REAA ou de outros ritos tipicamente maçônicos. Os Egípcios praticantes do ÁRABE conheceram os ritos maçônicos tradicionais, principalmente o REAA, YORK e o GRAU DA MARCA (MARK) que para uns continua como um Grau e para outros é um Rito á parte. Dentre os egípcios originais, alguns aceitaram a interposição do REAA, e essa aceitação parcial deu origem ao Rito de Memphis, depois o de Misraim (Mais é egípcio ou Egito na língua Árabe e Misraim seria o plural, ainda que imperfeito). Pelo que sabemos (fontes próprias) o Rito de Memphis havia sido preparado pela Maçonaria Francesa a qual pretendia causar impacto para o Imperador Napoleão I (que na verdade não era Imperador, mas sim Cônsul) quando do seu desembarque em 2 de julho no Egito, chegando ao Cairo em 21 de julho de 1798, impressionado pela visão das Pirâmides de Gizé (Sagrada Pirâmide) e de como a carta patente originária. Dentre esses pensadores maçons, encontrava-se um homem espetacular, chamado Barão Denon Vivan, Mestre Maçom, o qual encabeçava toda a estratégia para iniciar Napoleão como maçom, e assim obterem (os maçons franceses) forças para o rompimento definitivo com a Grande Loja da Inglaterra. Esse barão já havia traçado os primeiros contatos com os Egípcios da Ordem Gnóstica do Templo (Atual Maçonaria Egípcia no Brasil do Rito ÁRABE) através de um grande gnóstico que também era maçom, do qual posso falar posteriormente, e gozava de grande respeito entre os Irmãos Egípcios, os quais, por sua vez, precisavam de uma situação mais aparente, certo que não eram bem vistos pelo Islã da época, uma que o nome da Ordem, por engano de pronúncia ou pura semântica, lembrava os Cavaleiros Templários, com os quais não tiveram nenhuma ligação, e poderiam se beneficiar com a proposta para surgirem como Maçons do Egito, principalmente pelo fato que nos anais da Ordem existia uma referência ao termo Maçom do Egito no dialeto Sahidico que era uma corruptela do Copta e era o dialeto utilizado na Ordem, enquanto a maior parte do Mundo Árabe utilizava o dialeto Demótico, isso anterior ao Copta. Os Irmãos Maçons Franceses, eram grandes conhecedores dos ritos Filates, Irmãos Africanos, Rito Hermético, Filadelfos, Rito Primitivo, incluindo, claro o REAA. Mas Napoleão não se impressionava com nada mais que era da Europa, ao final da Campanha da Itália e antes de Iniciar a Campanha do Egito, ou Missão do Egito como chamou teria dito na França em uma reunião pública: “a coisas daqui e a própria Europa me pesam nas costas”. Com esse pensamento, recusava-se a participar da Maçonaria que havia iniciado seu pai e antes o seu avô, alegando que nada naquela Ordem lhe chamava a atenção. Preparam, então, o cenário perfeito, após a batalha para dominar o Cairo, propuseram que Imperador fosse iniciado e elevado a Mestre Maçom da Ordem Egípcia de Memphis a qual já estava adrede preparada, mesclada entre os demais ritos “com algo que se parecia egípcio”, mas de fácil compreensão e assimilação, vez que a “pedra de roseta” ainda não havia sido descoberta, e os hieróglifos ou menos a linguagem hierática era impossível de entendimento, assim, convencido Napoleão que em Memphis existia uma Organização de Maçons os quais se sujeitavam a ele e transmitiriam os segredos daquela cultura primitiva, encantou-se sobre maneira e modo, cedendo ao convite, passando pelo Ritual da Iniciação, Elevação e Exaltação em apenas uma única celebração, tudo isso impulsionado pelo “medo” que rodeava a milícia francesa e talvez até o seu comandante, justamente por uma doença que atacou os soldados cegando-os repentinamente, conhecida como “doença egípcia dos olhos” a qual atacava somente os militares e os obrigou a parar com a matança indiscriminada sobre o povo egípcio.

     Nos arquivos consta que essa “doença dos olhos” era fruto da vontade dos Irmãos Egípcios que há muito conheciam aquela e outras práticas. Com a volta repentina de Napoleão para a França, a Loja do Cairo sofreu uma cisão interna, pois os Irmãos Egípcios foram proibidos de praticar o Rito ÁRABE, o qual deveria dar lugar ao novo Rito de Memphis, com o qual eles não concordavam e abandonaram a Loja sem conferir a assinatura do Mestre Egípcio (que tanto os franceses queriam) dando validade ao Rito de Memphis e declarando-o como único e verdadeiro Rito Egípcio. Com essa cisão, a maioria dos Irmãos Egípcios se recolheram a praticar seu Rito de forma oculta, como sempre fora, e uma vez que não haviam passado nada do Ritual para os franceses estes nada puderam levar de novo para a Europa, exceto o Rito de Memphis e posteriormente o de Misraim. Por sua vez, os Irmãos Egípcios dissidentes do grupo original, que havia se retirado, permaneceram ostensivamente no Cairo e abriram suas Lojas, nas quais não praticavam o Rito ÁRABE, mas sim Ritos Europeus.

     Aqui se faz necessário uma explicação, dentre tantas outras que ainda faremos neste texto e nos outros que servirão para orientação daqueles que estão interessados na Maçonaria Egípcia, esta explicação diz respeito à nomenclatura ÁRABE que identifica o Rito Egípcio. Ela é a abreviatura (todos os povos da antiguidade conheciam, usavam e abusavam da abreviatura), mas essa abreviatura é conhecida apenas no Brasil, uma vez que no Egito de língua Árabe, ou antes, de língua Copta, demótica ou herática, o Antigo Rito do Alto e Baixo Egito teria outra formação de letras na abreviatura, que certamente não formariam a palavra ÁRABE. Outro detalhe importante é que o Rito Egípcio da Grande Loja Regular e Simbólica da Maçonaria Egípcia no Brasil não corresponde a nenhuma filosofia dos Povos Árabes em sua maioria Muçulmanos dedicados ao Islamismo e que não estão ligados a Maçonaria. Assim, deixamos claro que ÁRABE é a abreviatura de Antigo Rito do Alto e Baixo Egito formada pela tradução da língua original (hoje é a língua árabe) para o português. Voltando ao texto, temos que aqueles Irmãos dissidentes fundaram uma Loja que servia para o encontro de todos os Irmãos Maçons de todos os Ritos, na qual as idéias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade (vindas da França e sua Revolução) começaram a tomar força, sendo sufocadas (as idéias, os ideais e todos os Irmãos) por ordem do Rei Fuad, que iniciou uma verdadeira caçada à Maçonaria no Egito, isso durante entre 1948 até a queda do Rei Fuad que se deu entre 1952 a 1953 aproximadamente. As Lojas Foram saqueadas, todo material fora queimado e os Irmãos identificados foram aprisionados e desapareceram misteriosamente. Essa perseguição atingiu os Irmãos Egípcios do grupo dissidente que se recolhera e que foram localizados bem como os outros que fundaram a Loja ostensiva. Após a queda do Rei Fuad, a Maçonaria voltou a florescer no Cairo e nas proximidades, instalando-se dezenas de Lojas que adotavam um Rito chamado de Universal, fundando-se uma Grande Loja no Cairo, conhecida como Massonic Hall, na qual congregavam mais estrangeiros, turistas que iam conhecer as Pirâmides, do que propriamente os Irmãos Egípcios, os poucos que restaram aprenderam a olhar com desconfiança essa reunião “secreta” que se realiza em local e horário previamente combinado e de conhecimento público, temiam que uma reviravolta pudesse exterminar o pouco e os poucos que haviam escapado da proibição anterior. No Massonic Hall os Irmãos após a ritualística, divertia-se em um salão se chás e suco que ficava na entrada da Loja, com capacidade para cem pessoas confortavelmente sentados e que, enquanto bebericavam do suco e se refrescavam naquele maravilhoso espaço, tinham como vista, logo à frente o Rio Nilo e ao fundo podia-se ver, ainda que muito distante, as pirâmides de Gizá. Essa situação confortável durou pouco, pois as Lojas passaram a ser redutos de políticos e revolucionários, os quais eram contrários àquele Governo. Não tardou para que o Governo da República Árabe do Egito determinasse o fechamento da Maçonaria, todas as suas Lojas, proibindo a existência de maçons que assim se declarassem e proibindo (uma proibição apoiada por fontes religiosas) que qualquer cidadão árabe se tornasse maçom ou fundasse uma Loja.

     Resta explicar que a Maçonaria Egípcia sempre se mostrou dividida entre a Loja Francesa e a Grande Loja Unida Inglesa, isso ocorreu pela sucessão de invasões, primeira a dos Frances através da Missão do Egito proporcionada por Napoleão que logo em seguida foi atacado pela Esquadra do Almirante Nelson que perpetrou a entrada dos Ingleses naquele país. Têm nos acervo das Lojas Egípcias do Cairo, fotos de reuniões maçônicas onde se vê o estilo da Maçonaria Francesa, e outras datadas de 1921 com o estilo da Grande Loja Unida da Inglaterra, tem também um Certificado de Maçom expedido pela Grande Loja Unida da Inglaterra a um membro egípcio. Voltando a história, os ingleses foram auxiliados militarmente pelos Otamanos e o domínio Frances terminou em 1801. Os Maçons Egípcios mantiveram-se distante da política, tanto dos invasores quanto dos invadidos e presenciaram um grande caos social entre os anos de 1801e 1808, conforme consta escriturado nos livros da Ordem.

     Basicamente, a Ordem mantinha entre seus escritos, três livros que eram constantemente atualizados: das Reuniões (no qual era lançado todo o ocorrido dentro das reuniões administrativas), das Celebrações (onde constam as impressões causadas e apreciadas durante as iniciações) dos Acontecimentos (que mais se assemelha a um diário ou um Jornal, onde estão grafados os acontecimentos sociais), infelizmente, esse último livro (dos Acontecimentos) descreve o movimento social ocorrido em determinada região, geralmente onde se encontrava a Loja e seu escriba, ainda é certo que existia uma reunião anual onde os escribas “emprestavam” os livros uns aos outros para que pudessem compartilhar as informações das várias regiões do Egito onde existiam os Templos. Após a reunião anual dos escribas ocorria a atualização dos livros com a inserção dos acontecimentos distantes a que eles tomaram conhecimento. A história dos movimentos sociais do Egito era então registrada conforme o zelo, a aptidão e o discernimento de cada escriba, tornando aquela parte da história (que estive longe da base) um tanto quanto fragmentada e muitas vezes de difícil compreensão. Nota-se que o material literário com as anotações (ainda que traduzidas do sirilico para o copta ou para o árabe) mantém uma grande coesão com todo o material que a Ordem colecionou durante todo esse tempo (estamos falando de algo em torno dos últimos três mil e quinhentos anos). Em contrataste a essa faceta, temos que a história do movimento social ocorrida onde se localizava o Templo era exemplarmente anotada, inclusive com uma profunda riqueza de detalhes e que, até os dias de hoje, supera em muito os livros de história, tanto aqueles editados no Brasil bem como os do exterior. Essa “aliança” entre França e Inglaterra que dominou o Egito, não está muito bem explicada no livro, uma vez que nos parece que havia um Governo Inglês e uma ingerência francesa ou vice e versa.

     No último bloco vimos que o Rei Fuad (que na realidade era o Rei Faruk, filho do Rei Fuad, mas que ora aparece com seu nome e ora com o nome do seu pai). Mas, antes dele, por volta de 1807 houve nova troca de Governo no Egito, dessa vez com a ajuda dos franceses, um militar albanês de nome Meemet Ali, tomou o Governo e logo declarou os Maçons do Egito como “inimigos do povo”, deflagrando uma perseguição aos Sacerdotes, acusando-os de abrigar os mamelucos revoltosos que resistiam ao seu comando, até que em 22 de julho de 1811 conseguiu reunir no Cairo, através de um falso tratado de paz, cerca de três mil e quinhentos mouros e sessenta e sete Sacerdotes da Ordem (os quais foram levados presos e colocados entre os mouros) e todos foram mortos brutalmente. Tal ato bárbaro ficou conhecido como “o massacre dos mouros” e com esse nome passou para a história. Durante aproximadamente mais cem anos (de 1811 a 1915) a Ordem continuou ativa no Egito, porem agindo de forma oculta, utilizando-se das reuniões da Maçonaria (nome o qual já havia incorporado) para que pudesse manter suas reuniões que era reservada a bem poucos membros. Verificando os livros de presença, observamos que alguns anos havia umas freqüências de apenas três irmãos em loja e que entre o ano de 1899 a 1907 apenas um Irmão, que era o Grande Sacerdote (que equivale ao cargo de Sereníssimo) abria e fechava a reunião apenas com a sua presença, efetuava o Ritual e tomava todas as posições sagradas como se estivesse rodeado por vários irmãos. Existem passagens realmente marcantes nos livros, que demonstram os momentos de extrema solidão em que o Grande Sacerdote se encontrava, desacreditado mesmo pelos seus familiares (“...minha esposa, meus filhos e nem meus netos acreditam mais em mim...duvidam de tudo aquilo que sei, duvidam dos antigos livros que guardo...comparam-me a figura de um coveiro “guardião dos túmulos”...). Outras passagens nos mostram a alegria do Sábio Sacerdote com a chegada de um neófito: (...hoje Hórus ouviu minhas orações, enviou-me um jovem, neto do falecido Irmão..., que encontrou nas coisas do avô um pequeno escrito, onde se achava o nome da minha família, e depois de muito procurar chegou até minha casa, dizendo que queria muito conhecer aquelas coisas que seu avô falava...”). Sabemos que daquele momento em diante um novo movimento de expansão tomou conta da Ordem, de tal sorte que em 1918 já haviam Irmãos em número suficiente e que alguns deles se deslocaram para o Brasil com a intenção de transferir a Ordem para este país. Em 1922 a Ordem viu-se novamente à mercê de um Rei, era Fuad I que não admitia a presença da Maçonaria e via nela a possibilidade de um golpe de estado. As relações entre o Rei Fuad I e o Grande Oriente Nacional do Egito sempre foram estremecidas. Com a morte do Rei Fuad I (1936), assumiu seu filho Rei Faruk I que governou até a independência do Egito (independência concedida pela Inglaterra) que governou até 1952. Por volta de 1950 o Rei Faruk I determinou o fechamento de todas as Lojas Maçônicas, pilhando e saqueando o interior delas, as casas e o dinheiro e demais bens dos Maçons. Apesar do Rei ter abdicado em 1952, a sua influência permaneceu até aproximadamente 1955 através dos seus súditos que ainda ocupavam postos de destaque no Governo atual, e em 1954 uma nova onde de violência contra os Maçons fora registrada nos livros da Ordem, onde além da morte de vários irmãos prosseguiu-se na destruição de todo material relativo a Ordem que fora encontrado. Muitos documentos da Ordem foram levados para a Rússia, uma vez que por volta de 1950 alguns Russos contratados pelo Governo Egípcio entraram em contato com os Sacerdotes e foram aceitos nos mistérios. Nos livros daquela época observa-se a grafia dos nomes dos Irmãos Russos. Encontramos, também, nos mesmos livros da Ordem que o Governo Nasser foi um bom governo para o povo e para a Ordem, deixando-a livre para suas reuniões e não houve perseguição naquele período. Mas foi por volta de 1970 no período do Governo Sadat que o Governo Árabe decidiu pelo fechamento definitivo da Maçonaria no Egito, alegando que a Loja havia se transformado em um reduto político que tramava contra o Governo e contra o Islã. Na parte administrativa, o Governo alegou que estava existindo um desvio da finalidade das Lojas, uma vez que comprovaram que havia lucro oriundo das reuniões o que contrariava a constituição das Lojas como organismos sem fins lucrativos. Em arquivos tem referências que comprovam a utilização da Loja como “entreposto” de mercadorias que eram contrabandeadas do Egito para a Europa, uma vez que o Governo não se decidia pela proibição definitiva da saída das peças milenares que abasteciam o mercado negro dos colecionadores de arte. Houve nova perseguição aos Maçons, que dessa vez, conseguiram sair do Egito em diversas direções, alguns chegando ao Brasil, carregando na bagagem um pouco do material escrito sobre a Antiga Ordem Egípcia. Um desses Mestres, de nome ....... que era da Loja Champoulion no Cairo, manteve estreito contato com um Maçom Brasileiro, um Mestre Maçom de nome ........ que pertencia ao Grande Oriente de............. o qual auxilio-o na preservação dos documentos e propagação, ainda que discreta do Rito ARABE. A Maçonaria Egípcia no Brasil, do Rito ÁRABE ensina aos seus membros o REAA (edição de 1804) como forma de se “locomoverem no Mundo Maçônico” através dos Sinais, Toques e Palavras, após esse primeiro estudo, ensina aos seus adeptos o RITO ÁRABE para uso restrito à Loja ÁRABE e identificação com os demais Irmãos do mesmo Rito. Não existem Lojas aparentes, as reuniões são realizadas de forma discreta em locais que são de conhecimento apenas dos iniciados. Não precisam Templos ostensivos, pois suas reuniões podem ser feitas até no deserto. Assim, nossa simbologia é diferente da Maçonaria não Egípcia, uma vez que o REAA e outros Ritos seguem as raízes hebraicas e o ÁRABE tem raízes egípcias, o Templo de Salomão, em que pese todo o seu simbolismo cultural, não tem o valor, para os egípcios, que tem para os demais, uma vez que os egípcios invadiram e destruíram o Templo em épocas passadas. A lenda de Hiram Abif (o construtor) é substituída pela Lenda de Osíris e de outro Faraó o qual para os maçons do Rito Árabe é sagrado. Os segredos para cada Grau são outros, diferentes do REAA. A crença em um único Deus Supremo é parte principal dos postulados da Ordem, mas não é exigida para os adeptos, ainda que em suas correspondências com outros Irmãos, utilizem o GADU, ou SADU com a mesma finalidade, estamos nos referindo a outro Ser. Em suas reuniões nas Lojas, quando estão em “oficina” tratam apenas de assuntos ritualísticos na essência da palavra, deixando para outra oportunidade a leitura de documentos referentes à parte administrativa. Não tem a leitura da ordem do dia, ou de atas, nem do que foram tratados na sessão anterior, os Irmãos presentes não tem a palavra, ou seja, não podem se manifestar, não importa o Grau que estejam ou a emergência da situação (ressalvado o direito de interromper a celebração nos casos em que o Templo esteja descoberto). Existem reuniões meramente administrativas. Seus Sinais, Toque e Palavras são diferentes, seus trolhamento são diversos, assim como são diferentes as vestes, pois usam o avental do aprendiz durante toda vida na Ordem, para que ninguém esqueça que é um eterno aprendiz. Não há veste ou paramento que distinga o Mestre do Aprendiz. Todos se sentam uns ao lado dos outros, não há colunas que os defina, apesar de existirem três colunas no interior do Templo e duas vestibulares, agindo assim, acreditam que a energia da experiência dos mais velhos circule entre os mais novos e os influencie na jornada realizada na Senda Sagrada. Podem freqüentar as celebrações (toda reunião ritualística é uma celebração) homens, mulheres e pessoas com necessidades especiais, uma vez que acreditamos no ser humano perfeito como aquele de “mente perfeita” e não de corpo perfeito.

     No Brasil não aceitam a participação dos menores de dezoito anos uma vez que a Lei prevê toda uma proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes e respeitam a Lei do país em que vivem. As instruções são passadas de forma presencial ou à distância, pois acreditam que não há impedimento quanta a isso, porem as celebrações ritualísticas de Iniciação, Elevação e Exaltação são presenciais, sem exceção. Nessas celebrações, tanto para o Rito Escocês Antigo e Aceite ou Aceito como para o Rito ÁRABE são entregues as formas de identificação e alguns segredos pertencentes a cada grau. Os segredos não podem ser escritos, portanto passam de um Mestre para um Iniciado. Crêem que o Universo Todo está permeado pela Vida. Tem uma visão toda própria sobre a construção da Sagrada Pirâmide. Assim como os Antigos Egípcios, vivem se preparando para a morte e a compreendem como uma parte ininterrupta daquilo que chamamos de Vida. Tem conhecimento sobre outros aspectos da morte e a maioria aprende e coloca em prática exercícios sobre o domínio do próprio destino, da vida e da morte. Seus adeptos são ensinados sobre a força dos mantras, da mentalização, do magnetismo (esse último mais conhecido como hipnotismo) e praticam esses exercícios. Após um determinado tempo na Ordem, o iniciado que se faz digno e merecedor, toma posse de um segredo que o manterá estabilizado em sua vida... Esse segredo se faz necessário, pois acreditam que o Poder se demonstra pelos Resultados e não de outra forma. Caso revelassem desde o início o antigo nome da Ordem (antes de se tornar Maçonaria) teriam ao favor uma grande publicidade, uma vez que muito se especula sobre ela, sendo alvo da indústria literária e cinematográfica bem como dos egiptólogos mais renomados, que sabem da sua existência, mas não conseguem encontrá-la. Quanto a ser uma Maçonaria inclusiva, assim são, pois não tem nenhum tipo de discriminação por entenderem que o corpo carnal ora utilizado é apenas o veículo necessário para o trânsito nesta dimensão. Segundo suas tradições, são uma Escola Iniciática “estrutural”, ou seja, aquela que mantém ligação com a fonte originária ao contrário das Escolas Iniciáticas lineares, ou seja, aquela que mantém o formalismo interno e externo, mas perderam o contato com a fonte. Um dos lemas, que lembra o postulado é: “você não vê, mas nós estamos aqui”. Esse lema é explicado aos seus adeptos como um dos segredos. Acredito que essa longa explicação se fez necessária para que todos pudessem compreender um pouco sobre a MAÇONARIA EGÍPCIA NO BRASIL DO RITO ÁRABE.

     Deixo claro que respeito todos os Ritos da Maçonaria e que não estou reivindicando originalidade nem antecedência perante este ou aquele Rito.