quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

MAÇONARIA



A Maçonaria é uma organização fraternal que tem como princípio básico o amor fraterno, à prática da caridade e a busca da Verdade. Existe um velho ditado que diz: "A Maçonaria escolhe homens de bem e faz deles ainda melhores".
Albert Pike, em sua opulenta obra "Moral e Dogma" diz:

"MAÇONARIA é uma sucessão de alegorias, um mero veículo de grandes lições de moralidade e filosofia. Será melhor apreciado seu espírito, seu objetvo, propósito conforme você avança pelo Graus, que você decobrirá que constitui um grande e harmonioso sistema."

O que é a Maçonaria?

A Maçonaria é uma associação Universal de homens livres e de bons costumes cultivando entre si os princípios da Liberdade, Igualdade e fraternidade. Devido a grande exposição de sua história e até mesmo de alguns ritos pela mídia de massa, muitos maçons declararam que no século XXI a Maçonaria se torne menos uma sociedade secreta e mais uma "sociedade com segredos" do site da Grande Loja da Inglaterra taxada muitas vezes de ordem iniciática, filosófica, filantrópica e educativa. Os seus ritos são praticados em um local apropriado, tendo seus ensinamentos transmitidos apenas para membros devidamente iniciados.
É normal dizer-se que os homens são o produto do meio que freqüentam durante as suas vidas. A Maçonaria oferece a cada um dos seus membros a oportunidade de conviver regularmente com homens de bom caráter, o que reforça o seu próprio desenvolvimento pessoal e moral. A garantia dessa fraternal convivência é conseguida pela proibição de discussões político-partidárias ou religioso-sectárias, visto que esses assuntos têm dividido os homens ao longo da história. Os maçons, sem discutir as suas crenças pessoais nestes dois assuntos, incentivam os homens a serem religiosos sem particularizar uma religião e encoraja-os a serem ativos nas suas comunidades, também sem particularizar o meio de expressão política. Os maçons, também conhecidos como "pedreiros livres", não encontram na Maçonaria ensinamentos sobre a arte da construção, como o faziam os maçons operativos da Idade Média. Assim, as ferramentas comuns que eram usadas pelos canteiros medievais, como o maço, o cinzel, o nível, o prumo, o compasso e outros, têm cada uma um significado simbólico na Maçonaria. A Maçonaria distingue-se de outras ordens fraternais pela sua ênfase no caráter moral, no seu sistema de rituais e na sua longa tradição, com uma história que data aproximadamente do século XVII. Há três graus na Maçonaria, Aprendiz, Companheiro e Mestre. A maioria das lojas têm reuniões regulares e semanais e congregam-se em Potências Maçônicas, chamadas Grandes Lojas ou Grandes Orientes.

Sistema Maçônico

A Maçonaria utiliza o sistema de graus para transmitir os seus ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma Iniciação (Ritual de aceitação) a cada grau e os segredos são transmitidos através de gestos, palavras e símbolos.
O nome "Maçonaria" provém do françês maçonnerie ou do inglês masonry que significa "construção". Esta construção é feita pelo maçom em suas lojas (Lodges). Defende-se também que a palavra é mais antiga e tem origem na expressão copta Phree Messen, cujo significado é "filhos da luz".
Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros; o rough mason (pedreiro bruto) que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou polimento e o freemason (pedreiro livre) que detinha o segredo de polir a pedra bruta.
Reconhecem-se entre si por sinais, toques e palavras que mantêm restritos. Todavia, são conhecidos e publicados os segredos da interpretação dos símbolos. Os Maçons reunem-se em Loja e cada Loja Maçônica elege de entre os membros o seu Venerável Mestre.
A Maçonaria Simbólica compreende três graus;


Aprendiz
Companheiro
Mestre Maçom

Ritos

Os ritos ou procedimentos ritualísticos, são métodos utilizados para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimónias maçônicas. Entre os principais destacam-se:

Rito Escocês Antigo e Aceito
Rito de York
Rito Schröeder
Rito Moderno
Rito Brasileiro
Rito Adonhiramita

No mundo existem mais de 200 ritos praticados actualmente, porém os mais utilizados são o de Rito de York e o Rito Escocês.
Outra classe de Ritos maçônicos menos comuns destacam-se pela abordagem mais esotérica e espiritualista como são os Ritos denominados Misraim e Memphis.

Graus

A maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando de rito para rito.
A constituição dos três primeiros graus é obrigatória e está prevista nos landmarks da Ordem.
O trabalho realizado nos graus ditos "superiores" ou filosóficos é optativo e de caráter filosófico. Existem diversos sistemas de graus superiores, como o de 33 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, o de 13 graus do Rito de York, o de 33 graus do Rito Adonhiramita, etc.

Dúvidas Frequentes:

O que é o Rito?

O Rito é um corpo de normas que regem os trabalhos de uma Loja, quando em reunião regular. Os ritos mais praticados são: Rito Escocês Antigo e Aceite, Rito de York ou Rito de Emulação, Rito Escocês Retificado, Rito Francês, havendo outros. As diferenças entre eles não chegam a ser significantes.

Se a maçonaria não é uma religião, porque nela se usa ritual?

A relação entre ritual e religião é muito freqüente, mas se analisarmos o assunto vamos notar que os rituais são uma parte de nós que pouco notamos. Ritual é simplesmente a maneira como algumas coisas são feitas, uma espécie de procedimento padrão para impor ordem e disciplina aos trabalhos. Uma reunião de condôminos obedece a uma ordem determinada, da mesma forma que uma reunião de pais e professores num colégio. Sem essa seqüência de atos a serem vencidos, temos a indisciplina e a perda de tempo. O resultado será sempre questionável. Há rituais sociais ou convenções que nos dizem como participar de uma conversação, esperando por uma pausa, como enfrentar uma fila, com paciência, sem empurrar ou tentar passar à frente com algum tipo de artifício. A Maçonaria usa um ritual porque é um modo efetivo para ensinar idéias importantes. Além disso, o ritual Maçônico é muito rico e muito antigo, remontando aos primórdios de sua criação.

O que e como se aprende ao se entrar para a Maçonaria?

Os maçons aprendem os seus preceitos em reuniões, que seguem liturgias, herdadas dos usos e costumes dos antigos (medievais) construtores de catedrais, utilizando como meio de transmissão dos seus ensinamentos os símbolos e as alegorias dos antigos pedreiros.
Entre outras coisas, nas Lojas maçônicas aprende-se a amar a pátria em que se vive, a se submeter às leis e às autoridades legalmente constituídas e considerar o trabalho como um dever essencial ao ser humano.
A Maçonaria ensina e pratica os princípios e os ideais da decência, honestidade, gentileza, honradez, compreensão e afeto.

O que é um Templo Maçônico?

Templo é o local onde se realizam as reuniões regulares das Lojas Maçônicas. Essas reuniões, nos seus primórdios, não eram feitas em local específico. A partir de construção do Freemason's Hall, na Inglaterra, em 1776, as reuniões ganharam um local fixo. Muitas Lojas, em função do tamanho de seu quadro, utilizam as instalações ou templos de outras lojas.

Racismo ou Elitismo

Quanto ao racismo a Maçonaria estabelece explicitamente a igualdade entre os homens sem considerar raça, credo ou cor.
Se considerarmos que apenas são convidados a participar da Maçonaria homens virtuosos e representantes da sociedade, pode-se dizer que ela é uma elite, embora o correto seja afirmar que ela impõe critérios rigorosos para a iniciação de um novo membro. Costuma-se dizer o que no homem comum é uma virtude, no maçom é uma obrigação.
Como se depreende, os critérios de seleção não se baseiam em valores materiais. A Maçonaria congrega uma ampla faixa de pessoas: profissionais liberais, comerciantes, professores, artistas, políticos, trabalhadores especializados, bancários, banqueiros, militares, empresários, etc.. Perante a Maçonaria são todos iguais.

Liderança da Maçonaria

A Maçonaria não tem um chefe propriamente dito, mas cada Grande Loja é presidida por um oficial denominado Grão Mestre, eleito periodicamente pelo povo maçônico da jurisdição da própria Grande Loja. Dentro da jurisdição da sua Grande Loja, o Grão Mestre é a autoridade máxima.

Desligamento

Diz-se que uma vez iniciado na maçonaria, jamais poderá sair. Isso não é verdade, não há tal impedimento. Desejando afastar-se da Maçonaria, basta que o maçom requeira o seu afastamento à Loja, pois isso é um direito seu. A Maçonaria preza a liberdade dos seus membros e defende-a tanto quanto luta para preservar a liberdade dos cidadãos em geral.

A Religião

A Maçonaria não é uma religião, mas defende a existência de um Ser Supremo ou Princípio Criador. Uma religião é muito mais complexa, implicando em detalhes como a existência de um plano para salvação ou caminho pelo qual se alcança uma recompensa depois da vida terrena. Implica também numa teologia que tenta descrever a natureza de Deus e divulga a descrição de modos ou práticas pelos quais um homem ou uma mulher podem buscar comunicar-se com Ele. A Maçonaria não faz nenhuma dessas coisas. Apenas abre e fecha os seus trabalhos com uma oração e ensina que nenhum homem deveria começar qualquer empresa importante sem antes buscar apoio espiritual em Deus. Apesar disso, não ensina aos homens como eles devem rezar ou o que devem pedir. Ao invés disso, prega que cada um tem que achar as suas respostas para as suas grandes perguntas na sua própria fé, na sua igreja, sinagoga ou templo religioso.

Quais são as exigências para se tornar Maçom?

É necessário que o candidato prima pela moral e pelos bons costumes. Deve ter uma profissão definida que lhe garanta a subsistência.

Como se faz para se tornar Maçom?

É preciso que o candidato seja indicado por um Mestre Maçom e tenha a sua Iniciação aprovada pela Loja. Ninguém se inscreve para ser maçom. Por suas qualidades, ele é notado por um maçom que o indica para a sua Loja. Todo um processo de admissão é desenvolvido, quando o candidato é ouvido, bem como a sua familia. Nesta fase, são prestadas informações preliminares sobre a Ordem Maçônica, seus objetivos e atividades.

Um religioso pode ser Maçom ?

Nada impede que um religioso seja aceite como maçom. O que jamais se verá, no entanto, é um ateu ser recebido na Maçonaria regular, pois um dos princípios básicos para a admissão na Ordem é a crença num Ser Supremo.

Os Maçons são anti-católicos?

Nada existe a esse respeito nas tradições e rituais maçônicos. Saliente-se que cada maçom possui as suas próprias convicções religiosas e todos convivem fraternalmente nas reuniões das suas Lojas e fora delas. A Maçonaria combate o sectarismo religioso em qualquer das suas manifestações e respeita a crença e a profissão religiosa dos seus membros.

Os rituais Maçônicos criam embaraços ao Candidato?

Os rituais em geral e os utilizados na Cerimônia de Iniciação foram escritos para sublinhar virtudes que deverão ser desenvolvidas pelos candidatos, tais como Justiça, Amor Fraternal, Temperança, Caridade, Solidariedade, etc.. Atualmente use-se nos rituais uma linguagem erudita e ricamente ilustrada por simbolismo. Em nenhum momento são criadas situações que possam embaraçar ou desagradar os candidatos, ou que poderiam violar as suas convicções patrióticas, crença religiosa ou familiar.

A Maçonaria é uma Sociedade Secreta?

Sociedades secretas geralmente são definidas como organizações desconhecidas do público e a sua existência seja escondida.
A Maçonaria, por outro lado, é bem conhecida e orgulha-se de demonstrar a sua existência. Os seus Templos e as suas Lojas são facilmente identificados e muitos deles figuram nas listas telefônicas. Muitos de seus membros costumam usar anéis, distintivos de lapela, alfinetes de gravata que os identificam como maçons. Freqüentemente os maçons participam ativamente junto da sua comunidade em trabalhos assistenciais. Finalmente, algumas atividades maçônicas são abertas e acessíveis ao público.

A Maçonaria não é apenas um Clube de Negócios?

Não. Dificilmente seria aprovado um candidato que quisesse entrar para a Maçonaria apenas por interesses comerciais. De qualquer forma, com o decorrer do tempo, os maçons vão criando grandes amizades uns com os outros, e não se deve estranhar quando algum negócio seja feito entre eles.


Significado de Baphomet



Baphomet de Eliphas Levi
Baphomet ou Bafomé é uma síntese de vários conceitos mágico-místicos, mais conhecida por sua relação com os Templários e a Maçonaria.
Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de nossa época, por vezes erroneamente interpretada como uma rebuscada representação do diabo católico, recebe o nome de Baphomet. Todavia, apesar de muito ter sido especulado sobre o lendário ídolo dos Templários, pouca informação confiável existe a respeito desta enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões: o que de fato esta imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje representa dentro das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente celebrado cujos fundamentos estejam calcados neste Mistério?



História

Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição imposta pelo Papa Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e pelo Rei de França Felipe IV, mais conhecido como Felipe o Belo, contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo, também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente, Templários. O processo inquisitorial movido contra os Templários foi encerrado em 12 de setembro de 1314, quando da execução do Grão-Mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois Cavaleiros, todos queimados pelas chamas da Inquisição.
No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia, além de práticas obscenas e sodomia. O conjunto das acusações montaria um quadro claro do que foi denominado de desvirtuação dos princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma heterodoxia doutrinária de procedência oriental, sobremodo islâmica.
No entanto, dentre as inúmeras acusações movidas contra os Templários, uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a um tipo de ídolo, algo diabólico, entendido como um símbolo místico utilizado pelos acusados em seus supostos nefastos rituais. Na época das acusações, costumava-se dizer que em cerimônias secretas, os Templários veneravam um desconhecido demônio, que aparecia sob a forma de um gato, um crânio ou uma cabeça com três rostos. Na acusação, embora seja feita menção a adoração de uma "cabeça", um "crânio", ou de um "ídolo com três faces", nada é mencionado, especificamente, sobre a denominação Baphomet.



Origens

De onde, então, teria surgido o termo? Não se sabe com precisão onde surgiu o termo Baphomet. Uma das possíveis origens, entretanto, é atribuída a pesquisa do arqueólogo austríaco Barão Joseph Von Hammer-Pürgstall, um não simpatizante do ideal Templário, que em 1816 escrevera um tratado sobre os alegados mistérios dos Templários e de Baphomet, sugerindo que a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos, "Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência de Rituais de Iniciação, onde haveria a admissão, seja aos mistérios seja aos segredos cultuados pela Ordem do Templo.



O Simbolismo

Segundo Von Hammer, de acordo com suas descobertas, os ídolos Templários se tratavam de degenerações de ídolos gnósticos valentinianos, sendo que, de todos eles, o mais imponente formava uma estranha figura de um homem velho e barbudo, de solene aspecto faraônico. Um traço bem marcante de todas as figuras era a forte presença de caracteres de hermafroditismo ou androginia, traços que, ainda de acordo com a descrição de Von Hammer, endossariam cabalmente as acusações de perversão movidas pelo clero contra os Templários. Desta descrição aparece outra referência que muito diz sobre o mistério que cerca o nome Baphomet: ela aponta para a imagem de um "homem velho", o qual seria adorado pelos Templários. Este "homem velho" possuía as mesmas características de Priapus, aquele criado "antes que tudo existisse". Contudo, a mesma imagem, por vezes aparecendo com armas cruzadas sobre o peito, sugere proximidade com o Deus egípcio Osíris, havendo até quem afirme ser Osíris o verdadeiro Baphomet dos Templários.
Seguindo a mesma lógica e pensamento de que o vocábulo Baphomet teria vindo da Grécia Antiga, também existe a hipótese de que sua procedência esteja na conjunção das palavras "Baphe" e "Metros", algo como "Batismo da Mãe". Por sua vez, a partir deste raciocínio, surge uma outra proposição poucas vezes mencionada nos estudos sobre Baphomet, a qual aponta ser "Baphe" e "Metros" uma corruptela de Behemot, um fantástico ser bíblico de origens hebréias. Esta teoria é importante, visto Behemot ser citado (e por vezes traduzido) como uma grande fêmea de Hipopótamo que habitava as águas do rio Nilo, sendo uma das representações da "Grande Mãe", esposa do Deus Seth.
Na concepção egípcia dos Deuses, a fêmea do Hipopótamo faz uma espécie de contra-parte do Crocodilo (Typhon), da mesma forma pela qual existem os bíblicos Behemot e Leviathan.
De acordo com o pesquisador Raspe, outra definição que ganha importância, principalmente na abordagem dos cultos que atualmente são rendidos a Baphomet, mostra o suposto ídolo dos Templários como uma fórmula oriunda das doutrinas Gnósticas de Basilides. Neste sentido as palavras anteriormente apresentadas, que originaram o termo Baphomet, seriam "Baphe" e "Metios". Assim, teríamos a expressão "Tintura de Sabedoria", ou o já apresentado "Batismo de Sabedoria", como o significado de Baphomet.
Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes, especula-se também que ela seja a corruptela de Abufihamat (ou ainda Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para "Pai do Entendimento" ou "Cabeça do Conhecimento". Se nos lembrarmos das acusações movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma "Cabeça", veremos nesta hipótese algo plausível de ser aceito. Apesar de todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é mesmo aquela cunhada no século 19 pelo Abade Alfonse Louis Constant, mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou simplesmente Eliphas Levi.
De acordo com a descrição do Abade, publicada pela primeira vez em 1854, a imagem de Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do Sabbath, é feita do seguinte modo: "Figura panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu.
O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina.
Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular." Devido à eficiência de sua ideação, Levi propositalmente faz com que se acredite que exatamente essa forma de Baphomet era a presente na celebração dos Antigos Mistérios.

sábado, 12 de dezembro de 2009

ORAÇÃO AOS MAÇONS

Escrita por S.S. o Papa João XXIII
SIGNORE E GRANDE ARQUITETO. CI UMILIANO AI TUOI PIEDI.

Senhor e Grande Arquiteto do Universo, nós humilhamos a teus pés invocamos o teu perdão pela heresia que, no decorrer dos séculos, nos impediu de reconhecer em nossos irmãos maçons os teus fiés prediletos. Temos lutado contra a liberdade de pensamentos, pois não tínhamos compreendido que o primeiro dever de uma religião, como justamente afirmou o "Concílio" consiste em reconhecer o direito de crer em Deus. Temos também, perseguido todos os que pertencendo a mesma Igreja havia aberto o caminho a verdade, filiando-se às "Lojas" com sereno desprezo às injúrias e ameaças.
Acreditamos louca e cegamente que em sinal da cruz pudesse ser superior a três pontinhos, posto em pirâmides. De tudo nos arrependemos amargamente, Senhor, e te imploramos de nos fazer ter, juntamente com teu perdão, também um compasso que sem dúvida alguma sobre os nossos altares de compensado, estaria bem melhor que os velhos crucifixos. "AMÉM".

NOTA DO TRADUTOR:

Esta tradução foi literalmente transcrita de a "Tribuna Italiana", de 8/10/1966, deixando aos leitores a sua devida interpretação.

RITO ADONHIRAMITA

Um cognome do próprio Hiram, mas nem a Bíblia, nem os Rituais admitem a confusão, embora ela exista, pois Cassard, grande estudioso maçônico distingue na maioria de seus escritos o seguinte:
“A verdadeira palavra é HIRAM ou ADONHIRAM, composta do pronome ADON (Dominus) que os Hebreus usam freqüentemente quando falam de Deus. Este pronome agregado à palavra HIRAM, faz-se ADON/HIRAM, que significa: HIRAM o consagrado ao Senhor, o bom Senhor ou o Divino Hiram, donde veio o título de “MAÇONARIA ADONHIRAMITA””.
Relativo à controvérsia existente entre vários autores, ficamos com a versão do Amado Irmão DEMOSTENES relativo à figura central da Lenda: “A explicação que hoje se dá sobre ADONHIRAM, como sendo a fusão de ADON (que significa Senhor) e HIRAM, o arquiteto, parece-nos apenas uma fórmula de conciliação com os demais Ritos, onde este personagem é a figura central da Lenda do Terceiro Grau, tal explicação foi à fórmula encontrada para que o Rito não fosse tido como irregular e, por isso, viesse a ser banido da prática nas diversas Obediências”. Ao longo dos anos essa interpretação acabou sendo aceita, e nem sequer é contestada.
A verdade, porém, é que ADONHIRAM não é HIRAM e o Rito jamais abriu mão dessa verdade, inclusive porque nunca a renegou.
“É importante lembrar que HIRAM, o filho da viúva, era o arquiteto, o homem que cuidava dos projetos, dos cálculos e a quem cabia apenas a orientação e fiscalização da obra. Já ADONHIRAM era a pessoa que recrutava os operários, selecionava-os, dividia-os, segundo suas capacidades ou necessidades da obra e, por certo, também lhes pagava o salário, até porque era o Tesoureiro de Salomão. Diante disso, é mais provável que eventuais divergências com os operários tivessem lugar com ADONHIRAM e não com HIRAM, coisa que os Mestres Maçons podem entender facilmente, em função de seu conhecimento da Lenda do Terceiro Grau”.

II - RITO ADONHIRAMITA

A Maçonaria Adonhiramita surgiu com a publicação, em 1744 da primeira edição e, logo a seguir, a segunda edição, em 1747, do trabalho de Louis Travenol, que com o nome de Leonardo Gabenon, mandou imprimir o seu “CATECHISME DE FRANC-MAÇONS ou LE SECRET DES FRANC MAÇONS” (Catecismo dos Franco-Maçons ou Segredo dos Franco-Maçons) onde imputava o nome de Adonhiram sobre o qual o grau de Mestre deveria ser fundado, trocando-o pelo de Hiram.
Em 1780 foi republicado, na França, o “Catechisme de Franco-Maçons” por outro autor que quase nada acrescentou ao já existente, sem citar o nome do autor das primeiras edições, fato que veio provocar grande irritação em um eminente historiador da época, que usando o nome histórico de Louis Guilleman de SAINT-VICTOR procurou produzir algo sério. Após exaustivos estudos e pesquisas sobre as religiões e os mistérios da antiguidade, escreveu em 1781 a “Recueil Precieux de la Maçonnerie Adonhiramite” (Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita) publicada a primeira parte em 1782 abrangendo os quatro (4) primeiros graus.
A Coletânea foi completada com a publicação, em 1785, da segunda parte, relativa ao Altos Graus do Rito, cuja hierarquia se apresenta desde então como se segue:

Primeiro grau: APRENDIZ;
Segundo grau: COMPANHEIRO;
Terceiro grau: MESTRE;
Quarto grau: MESTRE PERFEITO
Quinto grau: PRIMEIRO ELEITO ou ELEITO DOS NOVE;
Sexto grau: SEGUNDO ELEITO ou ELEITO DE PERIGNAM
Sétimo grau: TERCEIRO ELEITO ou ELEITO DOS QUINZE
Oitavo grau: APRENDIZ ESCOÇÊS ou PEQUENO ARQUITETO
Nono Grau: COMPANHEIRO ESCOÇÊS ou GRANDE ARQUITETO
Décimo grau: MESTRE ESCOÇÊS
Undécimo grau: CAVALEIRO DA ESPADA ou CAVALEIRO DO OCIDENTE / DA ÁGUIA
Duodécimo grau: CAVALEIRO ROSA CRUZ

No final da edição de 1785 Louis Guillemain de SAINT-VICTOR publicou ainda a versão do alemão para o francês de um Rito chamado de Noaquita ou Cavaleiro Prussiano de autoria de um Maçom de nome Berage. Esta publicação fez com que Tory e Ragon classificassem este Rito como o décimo terceiro grau da Maçonaria Adonhiramita. Entretanto no dizer de Mackey, esta classificação feita por ambos é totalmente errônea já que não existe qualquer ligação deste último grau com a série precedente e que o próprio SAINT-VICTOR declarou positivamente que o grau de CAVALEIRO ROSA-CRUZ é o “necplus ultra” – o ápice e o término – de seu Rito.
Em 1787, na Filadélfia (EUA) a Editora Philarethe, situada a rua I’Equere Aplomb, publicou, em francês, as duas edições do Recueil Precieux de la Maçonnerie Adonhiramite, edição esta, que tornou-se a “ BÍBLIA” dos Maçons Adonhiramita.
A partir desta edição, o Rito Adonhiramita teve ampla expansão na Europa, particularmente na França, sua terra de origem, e de onde se difundiu para Portugal, chegando a dominar o Grande Oriente Lusitano e exportando a todas suas Colônias.
Todavia sua predominância foi efêmera, passando a desvanecer-se pouco a pouco, não só em conseqüência da dispersão de seus praticantes, engalfinhados em lutas partidárias, como também devido a uma série de eventos políticos que repercutiram danosamente contra organizações maçônicas de então.

Rito de Schröeder

Friedrich Ulrich Ludwig Schröder

Nasceu em 2 de novembro de 1744, em Schwerin, Alemanha. adotado por um casal de atores do teatro mambembe. Demonstrando grande inteligência, Schröeder conseguiu absorver com muita facilidade os ensinamentos através da mãe e do padrasto. Teve também uma formação teatral, pois atuava juntamente com seus pais no teatro.
Ator-produtor, proprietário de teatro em Hamburgo, adaptou diversas peças de teatro dos originais franceses e ingleses e foi o introdutor de Shakespeare no teatro alemão.
Aos 30 anos de idade, foi iniciado Iniciado em 1774 no Rito da Estrita Observância, na Loja “Emanuel Zur Mainblumen”, de Hamburgo, onde, em 1787 foi eleito Venerável Mestre. Em 1790, descontente com o declínio da Maçonaria Alemã, que incorporara todas as adulterações aos ensinamentos puros do Antigo Ritual Inglês, principalmente com o declínio do Rito da Estrita Observância – a partir de 1764 – o Ir Friedrich Ulrich Ludwig Schröder recebeu inspiração para propor um novo Ritual à Maçonaria Alemã, expurgando-a de todas as excentricidades acrescidas.

O SURGIMENTO

O Ir.'. Schröder gozava de grande prestígio, como Maçom e como profano (foi considerado, na época, “o maior ator que a Alemanha já teve”) e era reconhecido como um profundo conhecedor da História e dos Antigos Rituais da Maçonaria. Estudou, principalmente, os livros “As Três Batidas Diferentes na Porta da Mais Antiga Maçonaria – The Three Distinct Knocks at the Door of the Most Ancient Free-Masonry”, de autor desconhecido, sem dúvida o mais antigo manual maçônico impresso; e “Maçonaria Dissecada – Masonry Dissected”, de Samuel Prichard, que continha as práticas maçônicas utilizadas em Londres, em 1730. Examinou, também, os rituais dos diversos sistemas de graus complementares que proliferavam na Europa daqueles tempos. Suas pesquisas o levaram a abolir os chamados “altos graus”, bem como todo o ocultismo que dominava a Maçonaria Alemã, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura e para o idioma germânicos seus contemporâneos. é devido a essa origem comum nos antigos rituais ingleses que o Rito de Schröder é semelhante ao Rito de York (Emulation Rite) sem, contudo, ser uma cópia do mesmo.
O Ir.'. Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e, não, uma sociedade esotérica. Por isso, enfatizou, no seu Ritual, o ensinamento de valores morais e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservou a importância dos símbolos e resgatando o princípio que afirma ser “a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João”.
Iniciou, em Hamburgo, a elaboração de um novo Ritual para a Grande Loja Provincial, subordinada à Premier Grande Loja da Inglaterra.
Baseou todo o seu trabalho no texto Three distinct knocks (Três batidas diferentes) que considerava “o mais velho e genuíno Ritual Inglês”. Sentia profundamente que princípios éticos e morais eram a essência da Maçonaria e os formulava com grande cuidado, com a colaboração dos mais educados maçons de seu tempo. Isso dá ao seu Ritual um caráter particular, expressando tendências espirituais da Alemanha por volta do século XVIII.
Entre os principais colaboradores de Schröder estavam Friedrich Ludwig Wilhelm Meyer (1759/1840) e Johann Gottfried Herder (1744/1803), com quem trocou diversas correspondências.
Em 29 de junho de 1801, submeteu seu texto aos Mestres de Hamburgo, que o adotaram por unanimidade. Depois de mais uma revisão, foi impressa uma edição limitada para todas as Lojas de Hamburgo. Dessa edição existe somente uma cópia pertencente a uma Loja na cidade de Celle.
Em 1814, após exercer o Grão-Mestrado Adjunto na Grande Loja Provincial da Baixa-Saxônia, à qual sua Loja estava subordinada, foi eleito Grão-Mestre na Grande Loja de Hamburgo. Faleceu em 3 de setembro de 1816, em Relligem, próximo de Hamburgo, ocupando o primeiro Grande Malhete.
Friedrich Ulrich Ludwig Schröder conferiu ao seu Ritual uma posição de destaque entre os Ritos Maçônicos, pela concordância com o Rito da Grande Loja Mãe da Inglaterra, pela eliminação de todos os aditamentos inseridos no final do século XVIII, pelo espírito de humanismo presente em seu cerimonial e pelo brilho da linguagem clássica do alemão.
O famoso historiador e maçom Findel, na sua História Geral da Franco-Maçonaria, dedica grandes elogios ao Ir Schröder, como podemos perceber nesta passagem: “Além de maior pureza de objetivos (comparando-se com os do Ir Fessler, que atuava em Berlim) em que se inspiraram seus trabalhos e investigações, sua natureza, sua forma e as circunstâncias exteriores o secundaram ainda mais eficazmente. Estava-lhe reservada a glória de fazer penetrar vitoriosamente a luz entre as trevas do erro, de dissipar as espessas nuvens que obscureciam os resplendores da verdade maçônica e de assentar bases sólidas para atividades de seus Irmãos”.
Pelo trabalho e exemplo, o Ir.'. Schröder é venerado e respeitado hoje, como no passado, sendo homenageado pelas antigas Lojas Alemãs e por Lojas e Irmãos em todo o mundo.
Introduzido no Brasil em 1855 pela Loja “Zur Deutschen Freundeschaft” (À Amizade Alemã”) que foi fundada em Joinville, Santa Catarina no final de 1855.

O BODE NA MAÇONARIA



Dentro da nossa organização, muitos desconhecem o nosso apelido de bode. A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo. Por volta do III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região. Procurando saber o porquê daquele monologo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação aquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foram informados que aquele ritual era usado para expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo, contar alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema.
Mas por que bode? Quis saber Paulo. É por¬que o bode é seu confidente. Como o bode nada fala, o confesso fica ainda mais seguro de que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou a idéia aos seus superiores da Igreja, o certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, 0 povo passou a contar as suas faltas.
Voltemos em 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumários, se apresentava como novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja. Assim a Maçonaria que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país. Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons. Chegando a ponto de um dos inquisidores dizerem a seguinte frase a seu superior: - “Senhor este pessoal (Maçons) parece BODE, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”. Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” - aquele que não fala, sabe guardar segredo.

Fonte: Ir.'. José Castelane

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO


O Rito Escocês Antigo e Aceito, nasceu na Franca, como "o rito dos Stuart, da Inglaterra e da Escócia" tendo sido a primeira manifestação maçônica em território francês (1649), antes mesmo da fundação da Grande Loja de Londres (1717).
Desde a criação da Grande Loja de Londres em 1717, apareceram na França dois ramos distintos da Maçonaria. Um dependente da Grande Loja de Londres e outro (escocês) autônomo que não estava ligado a nenhum sistema obediencial.Viviam sob o antigo preceito maçônico de que os maçons tinham o direito de constituir lojas sem prestar contas de seus atos a uma autoridade ou poder supremo ("O Maçom Livre na Loja Livre").
As Lojas Escocesas eram maioria, na França. Até 1766, somente três Lojas, entre as 487 Lojas existentes, tinham patente da Grande Loja de Londres.
Em 1758 criaram-se, no escocesismo, os altos graus (25 graus do chamado rito de Héredom) que, no entanto só foram plenamente estabelecido 1801 com a fundação em Charleston (Estados Unidos), do primeiro Supremo Conselho do Mundo do chamado Rito Esconcês Antigo e Aceito.

MAÇONARIA EGÍPCIA

O criador da Maçonaria Egípcia e do Rito Egípcio foi o Conde Alexandre de Cagliostro (1749-1796), nascido em Túnis. Ele não deve ser identificado com o mistificador Giuseppe Balsamo (1743-1795), o palermitano recrutado pelos Jesuítas para personificar e lançar a infâmia sobre o verdadeiro Conde de Cagliostro.
Alexandre de Cagliostro foi iniciado nos segredos da Maçonaria Egípcia pelo misterioso Mestre Altothas em 1776, ano da fundação da Ordem Illuminati. E poucos sabem que o ápice da Ordem Illuminati foi constituído por seis afiliados: quatro conhecidos (Weishaupt, von Knigge, Goethe, Herder) e dois secretos (Franklin e Cagliostro).
De fato existiu uma conexão secreta entre a Ordem Illuminati de Weishaupt e a Maçonaria Egípcia de Cagliostro que foi fundada oficialmente em 1785, ano da supressão da Ordem Illuminati. Além disso, Napoleão Bonaparte foi iniciado por Cagliostro na Maçonaria Egípcia e os Ritos Maçônicos de Memphis, de Misraim e de Memphis-Misraim sao descendentes dessa Maçonaria Egípcia.
Entre 1810 e 1813, em Nápoles (Itália), os três irmãos Bédarride (Michel, Marc e Joseph) receberam os Poderes Supremos da Ordem de Misraim e desenvolveram o Rito de Misraim na França. Eles conferiram o caráter oficial do Rito em Paris, em 1814. O Rito era composto por 90 graus, tomados do Escocismo Maçônico, o Martinismo e outras correntes maçônicas, e os últimos quatro graus receberam o nome de "Arcana Arcanorum".
Em 1815, em Montauban (França), a Loja-Mãe do Rito de Memphis foi constituída com Samuel Honis eleito como Grão Mestre, sendo sucedido, em 1816, por Gabriel-Mathieu Marconis. Em 1838, Jean Etienne Marconis de Nègre, filho deste último, assumiu o Rito de Memphis. O Rito, para J. E. Marconis de Nègre, era uma continuação dos antigos mistérios praticados na Antiguidade, na Índia e no Egito. As Constituições do Rito declaravam: "... o rito maçônico de Memphis é a continuação dos Mistérios da Antiguidade. O Rito ensinou aos primeiros homens a prestar homenagem à divindade... ". O Rito de Memphis chegou aos graus 92 e 95.
Em 1881, o general italiano Giuseppe Garibaldi, reuniu os Ritos de Memphis e Misraim e se tornou o Grande Hierofante de ambos. Após a morte de Garibaldi, em 1882, os Ritos entraram em um período "obscuro" até que, em 1890, várias lojas de ambos os Ritos foram reunidas e surgiu o Rito de Memphis-Misraim. Em 1900, para a liderança do Memphis-Misraim foi indicado o italiano Ferdinando Francesco degli Oddi que foi substituído, em 1902, pelo inglês John Yarker. O Rito chegou aos 97 graus.
Em 1902, o alemão Theodor Reuss estabeleceu o Santuário Soberano de Memphis-Misraim na Alemanha e em 1913, após a morte de Yarker, ele se tornou o Chefe Internacional do Rito. Em 1924, T. Reuss passou ao Oriente eterno e a sucessão foi interrompida, menos na O.T.O. (Ordo Templi Orientis), ordem de neotemplários fundada por Reuss, em 1905, na Alemanha. Na verdade, a O.T.O. englobou o Rito de Memphis-Misraim, embora numa versão reduzida onde seus graus principais estavam incorporados.
Em 1909, Theodor Reuss concedeu uma patente ao famoso martinista Gerard Encausse (Papus). Os sucessores de Papus foram Charles Detré (Tedé), Jean Bricaud, Constant Chevillon, Charles-Henry Dupont e Robert Ambelain. Em 1939, Jean Bricaud passou ao Oriente eterno e foi sucedido por Chevillon. Em 1944, Chevillon foi assassinado por colaboradores franceses do nacional-socialismo e foi sucedido por Dupont. E, em 1960, Ambelain sucedeu a Dupont.
Em 14 de novembro de 1973, o italiano Francesco Brunelli (1927-1982) foi nomeado por Robert Ambelain responsável pelo Rito para a Itália. Em 22 de novembro de 1973, Francesco Brunelli (Nebo) - o Grão Mestre da Antiga e Tradicional Ordem Martinista e do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim - foi recebido com todas as honras na Grande Oriente da Itália, no Palazzo Giustiniani. Mas a atividade do Rito na Itália e na Grande Oriente da Itália foi lendária nos anos setenta.
Em 1981, Francesco Brunelli contatou o conhecido iniciado italiano Frank G. Ripel para reestruturar o Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim e a situação do Rito era a seguinte: 99º ou Chefe Internacional da Ordem Oriental Egípcia do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim, 98º ou Superior Desconhecido (do grau VIIº ao XIIIº da Ordem da Rosa Mistica), 97º ou Substituto do Chefe Internacional, 96º ou Chefe Nacional, 1º-95º ou Maçon Operativo (do Iº ao VIº da Ordem da Rosa Mistica). Na renovada Ordem Oriental Egípcia do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim da qual nós vamos falar brevemente, do 1º ao 95º, encontram-se as 6 Operações Alquímicas associadas aos graus 1°-3º, 4º-33º, 34º-42º, 43º-63º, 64º-74º e 75º-95º.
Frank G. Ripel estava na direção da Ordem Oriental Egípcia do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim entre 1981 e 1999, quando ele a tornou "adormecida".
No final de março de 2003, Frank G. Ripel, sendo o Grão Mestre do O.C.I. (Ordem dos Cavaleiros Iluminados) teve um contato com o espanhol Gabriel López de Rojas, fundador e Grão Mestre da Ordem Illuminati, O.H.O. da Societas O.T.O. (Ordo Templi Orientalis), grau 33º do Rito Escocês Antigo e Aceito, grau máximo de alguns Ritos egípcios. Quando Gabriel López de Rojas percebeu que a Ordem Oriental Egípcia do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim de Frank G. Ripel estava "adormecida", propôs a Ripel de "despertá-la" e o mesmo aceitou, fazendo-a reviver, em 1º de maio de 2003, com o nome de Maçonaria Egípcia do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim.

A Maçonaria Egípcia do Rito Antigo e Primitivo de Memphis e Misraïm é estruturada da seguinte forma:
99º Grande Hierofante ou Chefe Internacional do M.E.A.P.R.M.M. e do O.C.I.:Frank G. Ripel
98º Superiores Desconhecidos (O.C.I.)
97º Substitutos do Chefe Internacional do M.E.A.P.R.M.M. Idioma italiano: Galbix Red. S.D.(98° O.C.I.)
Idioma inglês: Matthew J. Alexander
96º Chefe Nacional para a Italia: Tiziana Dark. S.D. (98° O.C.I.)